Solicitação é baseada nos resultados do banco em todo o ano passado, quando houve expressivo crescimento, tanto da rentabilidade, quanto no lucro líquido
A Contraf enviou ofício ao Bradesco, na última sexta-feira 10, solicitando o pagamento integral da PLR aos bancários – teto previsto na Convenção Coletiva de Trabalho, considerando 2,2 salários para todos os empregados e R$ 6.343,89 na parcela adicional prevista – desconsiderando o provisionamento (PDD) feito em virtude do caso Lojas Americanas, que derrubou o resultado do banco no quarto trimestre de 2022.
“A referida solicitação se baseia nos resultados atingidos pelo banco em todo o exercício do ano de 2022, quando se registrou expressivo crescimento, tanto da rentabilidade, quanto no lucro líquido realizado, que atribuímos ao esforço coletivo do quadro funcional em todas as localidades onde desempenham suas atividades”, diz o ofício.
Para o movimento sindical, não é justo prejudicar os bancários e bancárias do Bradesco, que construíram com seu trabalho os resultados do banco, por conta do provisionamento da dívida das Lojas Americanas com a instituição bancária.
Caso Americanas
De acordo com o balanço de 2022 do Bradesco, “com os recentes eventos envolvendo um cliente Large Corporate específico, ocorridos no início de 2023, a Administração reavaliou os riscos inerentes e, de forma prudencial, provisionou 100% da operação, afetando o lucro do 4T22” .
Apesar de não mencionar o nome do “cliente large corporate”, é muito provável que se trate das Lojas Americanas, que divulgaram ao mercado, em janeiro, a detecção de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores estimadas em cerca de R$ 20 bilhões, dos quais o Bradesco seria uma das principais instituições financeiras afetadas.