A 28ª Parada do Orgulho LGBT, realizada em São Paulo no dia 2 de junho, é uma vitória para toda a sociedade
Por Neiva Ribeiro – Nossa democracia é recente. Consolidada no processo de redemocratização, após o período da ditadura militar, com a primeira eleição presidencial de 1989.
O golpe parlamentar que destituiu a primeira presidenta deste país também teve a participação da burguesia brasileira associada ao capital internacional, que não respeitou o resultado das urnas. A grande mídia desempenhou um papel significativo no processo de desestabilização do governo Dilma.
Como resultado várias derrotas para a classe trabalhadora: instituição do Teto dos Gastos, Reforma da Previdência, Lei da Terceirização irrestrita e a reforma trabalhista com ataque aos direitos e a organização sindical. O ataque ao presidente Lula, preso injustamente. Em seguida, a eleição de Bolsonaro em um contexto marcado por uma guerra de desinformação, criando um cenário de um Brasil cada vez mais polarizado e dividido.
O avanço das fake news continua assombrando o país, enfraquecendo o Estado democrático. A democracia fragilizada beneficia a elite dominante e oprime a classe trabalhadora.
Em todos estes momentos, o movimento sindical não se absteve dos posicionamentos e da luta. Em meio a tantas derrotas, a luta foi permanente e resultou na liberdade de Lula, anulação das condenações, desmascarando o uso político da Lava Jato e a vitória nas urnas. A vitória da democracia, no entanto, precisa ser conquistada todos os dias. Não podemos esquecer dos ataques do 8 de janeiro e do risco de um novo golpe.
O fortalecimento da democracia passa pelo combate ao discurso de ódio e às fake news. É preciso avançar na construção de uma regulação nas plataformas digitais e estabelecer parâmetros de transparência e integridade das informações.
Ter um evento, como a 28ª Parada do Orgulho LGBT, realizada em São Paulo, no dia 2 de junho é uma vitória para toda a sociedade. Com os participantes vestidos de verde e amarela e com o tema “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo – vote consciente por direitos da população LGBTQIA+”, o dia foi marcado por uma multidão exigindo direitos. Recentemente, o Banco do Brasil e a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Governo Federal, lançaram a marca “LGBTQIA+ Cidadania”, para reunir ações estratégias e prioritárias no enfrentamento às desigualdades, o oposto do que tivemos no governo anterior, que excluiu a população LGBTQIA+ das políticas de direitos humanos do governo federal.
A informação e a comunicação precisam ser aliadas estratégicas para o trabalho da verdade. Cabe ressaltar a experiência da categoria bancária que, nos processos eleitorais, tem garantido a presença de mulheres e jovens em sua composição. A construção da Campanha Nacional Unificada, é outro exemplo. O processo parte da consulta aos bancários, nos locais de trabalho, nas redes e nas ruas, pelos sindicatos, federações e pela Contraf-CUT e o Comando Nacional. A democracia é praticada no dia a dia, assim como novos formatos de comunicação.
A democracia surge, aos poucos, com a bandeira brasileira que muda de significado e vira símbolo de contestação ao retrocesso. Vini Jr brilha e obriga os racistas a engolir seu reinado, e o México elege a primeira mulher progressista em 200 anos!
Neiva Ribeiro é presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
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