BRASÍLIA – A taxa de juro real anual cobrada por um banco no Brasil pode ser até 10 vezes maior do que a praticada pela mesma instituição no exterior, de acordo com levantamento Transformações na indústria bancária no Brasil e suas implicações no cenário da crise atual, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para se ter uma ideia, o juro cobrado na primeira semana de abril deste ano pelo HSBC no Brasil era de 63,42%, enquanto o mesmo banco, no Reino Unido, sede da instituição, trabalhava com variação de 6,60%.
No caso do Santander, os porcentuais para o mesmo período eram de 55,74% no caso brasileiro e de 10,81%, no espanhol. O Ipea apresentou ainda a diferença na atuação do Citibank, de 7,28% nos Estados Unidos contra 60,84% no Brasil. Vale destacar que a taxa básica de juros brasileira, a Selic, atualmente está em 11,25% ao ano.
De acordo com o levantamento, para empréstimos à pessoa física, o diferencial chega a ser quase 10 vezes mais elevado no Brasil em relação ao crédito equivalente no exterior. “Para empréstimos à pessoa jurídica, a diferença de custo é menor, mas mesmo assim quatro vezes mais alta para o brasileiro”, ressalta o levantamento.