Além do fechamento de vagas, a rotatividade de trabalhadores também é uma forma de ampliar os lucros precarizando as condições de trabalho
Apesar dos lucros bilionários permanentes, os bancos fecharam mais de 6 mil postos de trabalho em 2023, segundo levantamento do movimento sindical bancário. Nos últimos 5 anos foram eliminadas 20,5 mil vagas.
No mercado de trabalho como um todo, no ano passado, houve crescimento do emprego formal e da renda. Esse desempenho aparece tanto na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, como no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (“novo” Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
De acordo com o Comando Nacional dos Bancários, ao mesmo tempo em que os bancos investem em tecnologia eles eliminam postos de trabalho e agências físicas. A redução de empregos no setor bancário afeta toda a sociedade.
Lucros bilionários
Somando apenas o lucro dos três maiores bancos privados do Brasil (Bradesco, Itaú e Santander), em 2023, a cifra chega em R$ 61,2 bilhões. Boa parte desse resultado é conseguido sobrecarregando os bancários, muitos adoecidos por causa do trabalho. A redução de postos de trabalho também prejudica a população, que sofre com atendimento precarizado.
Salários menores
Além do fechamento de vagas, a rotatividade de trabalhadores também é uma forma de ampliar os lucros precarizando as condições de trabalho. Segundos os dados do Caged, o salário médio do trabalhador admitido correspondeu a 78,7% do desligado.
Apenas o Itaú Unibanco registrou lucro de R$ 35,6 bilhões em 2023, crescimento de 15,7% sobre o ano anterior. Mesmo com queda de 21%, o Bradesco teve lucro líquido de R$ 16,3 bilhões. O Santander também teve retração (28%), mas ainda assim contabilizou lucro de R$ 9,3 bilhões.