O caixa Rodrigo Araújo Vieira, da agência Otávio Tarquino do Santander, em Nova Iguaçu (RJ), foi encontrado carbonizado na última quinta-feira, dia 31 de maio, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Ele sofreu um sequestro-relâmpago há cerca de 15 dias, foi interrogado pela polícia e pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) do banco e recebeu ameaças conforme denúncia do advogado da família, Walmar Flávio de Jesus.
Segundo o advogado, o bancário foi abordado por homens armados na Rodovia Presidente Dutra. Os criminosos o teriam ameaçado com fotos da família. Dois dias depois, dois assaltantes acompanharam o caixa até a agência em que ele trabalhava. Eles o obrigaram a fazer um saque de R$ 600 mil. Um dos criminosos teria entrado com Rodrigo na agência do banco e o outro ficou do lado de fora, aguardando o dinheiro.
De acordo com o advogado, o bancário disse que recebia telefonemas ameaçadores após o saque. Ele chegou a prestar depoimento na delegacia de polícia sobre o caso.
Rodrigo também foi interrogado pelo GOE do Santander, logo após a ocorrência. Vários colegas disseram que ele comunicou os auditores que estava sofrendo ameaças dos criminosos. No entanto, o banco não tomou nenhuma providência para garantir a segurança e a proteção da vida do trabalhador.
Representantes dos trabalhadores cobram explicações do banco sobre o assunto. “Parece que os auditores da GOE tratam o trabalhador como bandido quando ocorre um assalto ou sequestro, na medida em que nada fazem para preservar a sua integridade física e psicológica”, afirma um dirigente sindical indignado com o assassinato de Rodrigo.
O Movimento Sindical vai propor uma negociação específica com o Santander para discutir a segurança nos estabelecimentos do banco, o atendimento às vítimas de assaltos e sequestros e a mudança nas investigações da GOE. A proteção da vida do trabalhador precisa ser colocada em primeiro lugar.
Fonte: contraf