fbpx
Início Notícias Autonomia ao BC pode tornar Pix um serviço pago, alerta sindicato
Notícias

Autonomia ao BC pode tornar Pix um serviço pago, alerta sindicato

ICL

6 de junho de 2024

O Pix, hoje a forma predileta dos brasileiros para pagar contas, comprar e transferir dinheiro, pode se tornar um serviço pago se for aprovada no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição número 65.

Esse é o alerta do Sindicato Nacional dos Funcionário do Banco Central (SINAL) que está trabalhando para derrubar a PEC do BC. Ela já está em tramitação no Senado e o relatório sobre o tema deve ser apresentado ainda esta semana.

A PEC do Banco Central tem como objetivo dar ainda mais independência à instituição e transformar a autarquia em uma empresa pública. Em 2021 o então presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que deu autonomia operacional ao BC. Essa nova PEC amplia a anterior para dar também autonomia financeira e administrativa.

Isso significa que o BC poderia determinar os planos de carreira, os salários e as contratações de funcionários sem a anuência do governo federal, o que pode precarizar o funcionalismo e ao mesmo tempo abrir a oportunidade para aumentar a disparidade salarial dentro do banco, com remunerações mais altas para os executivos, já que o teto constitucional de salários seria abolido.

O sindicato dos funcionários do BC fez uma enquete com a categoria e constatou que mais da metade do funcionalismo é contra a PEC 65. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também já disse publicamente que discorda de vários pontos da proposta.

Ela foi apresentada no ano passado e tem o apoio do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo mandato termina no fim do ano. Mas ele parece ter pressa de ver a PEC aprovada antes de deixar o cargo, alegando que seria um legado importante.

Os dirigentes do sindicato argumentam que a proposta é frágil, foi elaborada às pressas e que a constitucionalidade da medida pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal. Esse é o recado que eles levaram aos 81 senadores da República.

O sindicato já visitou os gabinetes de todos eles. Fabio Faiad, presidente do SINAL, disse que a transformação do BC em uma empresa pública abre o caminho para fatiar as atividades que o banco desempenha e depois terceirizar essas atividades.

É o que já está acontecendo com a Caixa Econômica Federal desde que a presidência da empresa foi entregue a aliados políticos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A nova direção da CEF está tentando transferir toda a operação de loterias da empresa para uma subsidiária com o objetivo de privatizar a atividade.

Estudo sobre o Pix

No caso do Pix, um estudo do sindicato mostra que a operação tem uma importância cada vez maior no país, se comparada ao PIB brasileiro. O volume diário de operações nessa modalidade ultrapassou a marca dos R$ 100 bilhões em abril deste ano.

No ano passado, as compras e transferências com Pix somaram R$ 14,47 trilhões.

Se a atividade for transferida para um banco privado, esse volume de operações pode gerar um lucro extraordinário. Se for imposta uma taxa de 0,1%, a receita do banco com a operação seria de R$ 14,47 bilhões.

O sindicato descontou ainda o custo que o banco teria com as transações, da ordem de R$ 3,99 bilhões. Subtraído esse valor, o banco privado terminaria com um lucro de R$ 10,48 bilhões.

A possível privatização do Pix é apenas um dos efeitos danosos da PEC para a população. Se for implementada, ela vai tirar o BC totalmente do controle do Poder Executivo, dificultando ainda mais a elaboração e execução das políticas econômicas.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) é o relator do projeto e prometeu entregar o texto ainda este mês à Comissão de Constituição e Justiça. No Senado, a expectativa é de que o relatório seja apresentado ainda esta semana.

O sindicato dos funcionários do BC está trabalhando para esclarecer a opinião pública a respeito da proposta. Produziu um vídeo que está circulando nas redes de TV como propaganda paga e também está difundindo as críticas em spots de rádio.

O presidente da entidade, Fábio Faiad, alerta que a PEC passa a permitir que qualquer parlamentar apresente lei complementar para mudar a estrutura do BC quando hoje essa é uma prerrogativa exclusiva do presidente da República.

Compartilhe

Mais resultados...

Generic selectors
Apenas pesquisar exatas
Pesquisar no título
Pesquisar no conteúdo
Post Type Selectors

Receba notícias de interesse da categoria!

Informação confiável é no Sindicato, cadastre-se para receber informações!

O SEEB Santos e Região foi fundado em 11/01/1933. As cidades da base são: Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá e Bertioga. O Sindicato é filiado à Intersindical e a Federação Sindical Mundial (FSM).

  ACESSAR EMAIL

Fale Conosco