Movimento sindical denuncia práticas do grupo espanhol de experimento do projeto na região que começa a acontecer também na Espanha
O grupo Santander tem usado países da América Latina como laboratório para implementar sua política de terceirização e demissões no processo de digitalização das operações financeiras do banco. O problema de extinção de agências físicas e dispensas em massa ocorre em todo o sistema financeiro privado, mas no Santander há o agravante da contratação fraudulenta de trabalhadores, com a terceirização feita nas próprias empresas do grupo, o que levou a Justiça Trabalhista no Brasil a condenar o banco por mais de uma vez.
“No Santander impera a falta de funcionários, terceirizações judicializadas pelo movimento sindical, falta de portas giratórias e segurança, acúmulo de funções, pressão por metas e bancários adoecidos. Ninguém aguenta mais!” Analisa Fabiano Couto, secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Santander.
Os sindicalistas disseram que o mesmo processo já começa a acontecer também na Espanha, país de origem do banco e que o projeto está mais avançado no Brasil. Para o movimento sindical, a situação é pior nos países onde ocorreram reformas trabalhistas, como a realizada no Brasil, em 2017 no governo Michel Temer (MDB) e aprofundada em 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL).
O mais antissindical
Representantes de nove países latino-americanos – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Peru – trouxeram as experiências locais do impacto da revolução tecnológica sobre o mundo do trabalho.
O Santander, além de implementar terceirizações, demissões e retiradas de direitos em todo o mundo como fazem as demais instituições, foi apontado como o banco mais antissindical do mundo.
Finais de semana
Obrigar bancários a trabalhar nos finais de semana é um antigo sonho dos bancos privados no Brasil e o Santander já até tentou impor esta prática, barrada pelo movimento sindical brasileiro. Na Argentina, já é uma realidade no teletrabalho, denunciou Amalia Castro, representante da La Bancária, da Argentina, denunciando que, para atingir as metas, os bancários trabalham aos finais de semana e feriados.