Uma tragédia envolvendo a morte de doze crianças abalou o Rio de Janeiro na última quinta-feira (07). Um jovem de 24 anos entrou em uma escola municipal do bairro de Realengo e atirou contra os alunos, que tinham entre 9 e 14 anos de idade. Após troca de tiros com os policiais, o rapaz cometeu suicídio.
Segundo relatos da Polícia Militar, o atirador, chamado Wellington Menezes de Oliveira, portava dois revólveres – calibre 32 e 38 – com muita munição. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que o jovem carregava o armamento em um cinturão profissional e que a sua experiência com armas precisa ser esclarecida.
Para o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que é presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Armas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a falta de controle sobre o uso e tráfico de armas é o que permite que fatalidades como essa aconteçam.
“O grande debate que a gente tem que fazer, passado o momento de luto, é como uma pessoa com essas características consegue ter acesso a armas e a munição. É isso que faz a tragédia, não foi a sua loucura [há especulações de que o atirador tinha problemas psiquiátricos]. Mas esse tipo de violência só foi possível porque teve acesso à arma”.
A questão da segurança nas escolas precisa ser debatida, mas não deve ter como modelo essa tragédia, como afirma Freixo.
“Nós podemos debater as escolas, o número de funcionários, se é adequado, se não é, o modelo da relação das escolas públicas com a guarda municipal. Mas nada que possa ser debatido à luz desse caso, pois é um caso absolutamente atípico. Não serve como modelo pra qualquer debate [sobre segurança nas escolas]”.
O deputado anunciou que entrará com um pedido à chefe da Polícia Civil no estado, Marta Rocha, para investigar a procedência das armas e munição utilizadas no crime. O caso também será debatido pela CPI das armas da Alerj.
Fonte: R