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2013: Intersindical presente nas lutas e nas ruas, por um novo amanhã

17 de julho de 2013

“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem” (Bertold Brecht)

Este ano certamente será lembrado como o ano do ascenso das lutas populares e dos trabalhadores. A ilusão que o governo petista tentava vender a todo custo sobre um suposto pais com pleno emprego e justiça social foi desmascarada nas ruas por milhões de pessoas que marcharam exigindo direitos sociais e participação. Os 20 centavos do aumento da tarifa foi à gota d’água que fez transbordar décadas de negligência e opressões sofridas pela classe trabalhadora.

A Intersindical cumprindo seu papel de organizar as lutas e estar junto apoiando onde sejam necessários os movimentos emancipatórios e que defendem que os direitos não podem ser tratados como mercadorias, foi às ruas junto com o Movimento Passe Livre (MPL), sempre respeitando a autonomia do MPL. Na Baixada Santista durante o mês de junho, a militância e os sindicatos ligados à nossa central já estavam envolvidos na construção das manifestações.

No dia 18 de junho foi realizada uma grande plenária do movimento passe livre lotando o auditório do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, onde foi debatida a organização do grande ato do dia 20 de junho, onde mais de 6.000 pessoas marcharam em Santos. Novamente estivemos nas ruas com estudantes e trabalhadores naquele que foi um dos maiores protestos da história recente de Santos.

Não podemos deixar de reconhecer, que mesmo com a tentativa de cooptação de setores da mídia que primeiro criminalizavam os protestos pela redução da tarifa e em seguida passaram a tentar induzir um padrão de pauta, não mudamos nossas reivindicações por direitos. O movimento seja ele o organizado ou espontâneo não se deixou cooptar, inclusive algo muito simbólico ocorreu durante a Copa das Confederações o futebol histórico elemento cultural utilizado para alienar a população, foi largado de lado pelo povo que inclusive deixou bem claro que abre mão da Copa do Mundo, por ser um grande desperdício de dinheiro público.

Via-se de modo geral nos cartazes levados às ruas exigindo transporte, saúde, educação e moradia que a onda que se espalhou pelo Brasil era fruto do rompimento feito nas lutas com um bloqueio estrutural produzido pelas classes dominantes na formação de um Estado brasileiro impermeável às demandas e participação popular. Não é de se estranhar que tudo identificado com o poder foi repudiado pelas ruas, que viu em símbolos da velha politica, os seus algozes.

Logo após as primeiras vitórias conquistadas nas reduções de tarifas que se espalharam pelo Brasil, nós da Intersindical intensificamos o trabalho em torno das bandeiras históricas do movimento sindical. Afinal temos a clareza de que é o conjunto de bandeiras e o programa da classe trabalhadora que realmente pode transformar nossa sociedade. Assim intensificamos o debate com a categoria bancária e demais setores na Baixada e construímos o ato dia 28 de junho da jornada de lutas, participamos da Marcha na Paulista dia 03 de julho, junto com o MTST e outras organizações; paralisamos agências bancárias, dia 04 de julho, contra o PL 4330 da terceirização e precarização do trabalho, buscando sempre a unidade entre a classe e suas organizações com vista à construção de ações cada vez maiores.

Foi assim que com o auditório tomado pelos trabalhadores maioria de bancários, obrigamos a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados a retirar de pauta a votação, no dia 10 de julho, do projeto substitutivo do deputado Artur Maia (PMDB-BA) ao projeto de lei do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que, se fosse aprovado, liberaria por completo a terceirização, precarizando ainda mais o emprego e os direitos daqueles que vendem sua força de trabalho.

Ficou claro que precisávamos tensionar ainda mais o governo Dilma em torno de uma agenda clara e taxativa, com a certeza de que é assim que produziremos mudanças estruturais, ou seja, atacando pontos centrais na luta do trabalho contra o capital. Com esta constatação dedicamos todas nossas forças na construção de uma grande paralisação e mobilização nacional que ocorreu no dia 11 de julho, em torno de itens que se concretizados certamente avançarão na conquista de direitos.

Intersindical foi decisiva na paralisação da Baixada Santista

Em reunião preliminar, a organização do “Dia Nacional de Lutas em 11 de julho”, a Intersindical defendeu que este deveria ser um dia com greves das categorias, com objetivo de garantir a paralisação da produção e da circulação de mercadorias, assim conseguimos encaminhar o mote que caracteriza o perfil desta jornada na Baixada Santista: “A Baixada vai Parar”.

Este dia foi fruto da construção de um acordo nacional entre o movimento sindical unindo as centrais. A Intersindical Junto com outras sete centrais e o MPL, marcaram a história da Baixada Santista parando literalmente uma das maiores regiões metropolitanas do Brasil.

A Intersindical e o Sindicato dos Bancários tiveram papel decisivo para que o dia 11 de julho não fosse apenas mais um dia de protesto, mas passasse para a história como um dia em que a classe organizada defendendo uma pauta bem clara, demonstrou sua força.

Diversas categorias de trabalhadores e a juventude unidas protagonizaram um dia histórico dentro de um ano de lutas. Colocamos toda nossa força na construção da unidade e das estratégias que fizeram do dia 11 um novo marco resgatando a tradição de lutas. Para tanto, convocamos, com o conjunto das centrais, uma entrevista coletiva e reunião organizativa no dia 08 de julho.

Quando expomos nossa defesa dos direitos dos trabalhadores com a presença de praticamente todos os veículos de comunicação de Santos e região, frisando muito bem o que uniu as centrais, sem deixar por um segundo de expor nossas divergências com posturas que atentam contra a classe trabalhadora. E nos dias 10 e 16 de julho organizamos novas reuniões do conjunto do sindicalismo, sendo a ultima para avaliar e dar continuidade ao movimento do dia 11, que não pode parar e deve sim organizar novas jornadas nacionais ainda mais intensas, avançar nas lutas e conquistas é nossa tarefa.

Uma construção necessária

Certamente a importância da construção de nossa Central como um instrumento de luta e organização dos trabalhadores, que busca romper com as velhas lógicas politicas que tornaram grande parte do sindicalismo estéril, se faz mais urgente, por isso a Intersindical demonstrou ao longo do levante da juventude e na organização da classe que esta no caminho certo.


Não podemos vacilar um segundo sequer e precisamos seguir avançando. Construir o novo é a tarefa, o recado que a história manda é que politicas sectárias e rebaixadas apenas contribuem com os opressores. A intersindical ao se afirmar como combativa ao sectarismo cumpre, a cada dia, um papel mais importante na construção de um novo amanhã.

 

Ricardo Luiz Lima Saraiva
Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos-SP
e da coordenação nacional da Intersindical

Eneida Koury
Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região
e membro da coordenação da Intersindical

 

Fonte: Imprensa SEEB Santos e Região

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