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Início Bancos brasileiros terão lucro maior que no quarto trimestre de 2009

Bancos brasileiros terão lucro maior que no quarto trimestre de 2009

28 de abril de 2010

Embora o primeiro trimestre seja tradicionalmente mais fraco para os bancos, em função da sazonalidade típica de início de ano, a nova safra de balanços, que começa hoje com o anúncio do Bradesco e segue firme até meados de maio, promete resultados surpreendentes para o período. A combinação de aumento da concessão de crédito e redução das provisões para devedores duvidosos (PDD) deve impulsionar os números das instituições financeiras, segundo analistas de mercado.

“A retomada do crescimento econômico aliada à melhora de qualidade das carteiras de crédito vão produzir um impacto bastante positivo nas receitas de intermediação financeira”, afirma Laura Lyra Schuch, analista da corretora Ativa.
A manutenção da trajetória positiva para os financiamentos pode ser verificada nos dados do Banco Central (BC). Mesmo sem os números relativos a março, o desempenho do sistema (crescimento de 0,7% em janeiro e de 0,8% em fevereiro) supera o do primeiro trimestre de 2009, período no qual as incertezas provocadas pela crise financeira internacional ainda assombravam as atividades domésticas.

Os grandes bancos de varejo devem apresentar expansão de aproximadamente 5% em suas carteiras de financiamento no primeiro trimestre de 2010, na comparação com o trimestre anterior, de acordo com as estimativas de mercado. Para os bancos de médio porte, especializados em crédito corporativo, as expectativas são ainda mais otimistas. De forma geral, é prevista uma evolução da ordem de 9% no período.

O apetite mais apurado para a oferta de crédito, por outro lado, tende a aumentar a concorrência bancária. Vale lembrar que as instituições privadas precisam recobrar o espaço perdido para os bancos públicos, que no ano passado seguiram à risca a cartilha anticíclica do governo e acabaram levando vantagem.

“O acirramento da disputa pode pressionar as margens”, alerta Laura. Apesar de alguns bancos já estarem se antecipando a um provável aumento da taxa básica Selic, esse é um ajuste pontual, na opinião da analista. “No longo prazo, a tendência permanece sendo de queda.”

Nada disso, porém, deve ofuscar a performance dos bancos, que se encontram bem posicionados para aproveitar o cenário de recuperação econômica. Adicionalmente, as despesas de pessoal e administrativas tendem a vir menores nos primeiros três meses em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando se concentram, por exemplo, os pagamentos de 13º salário dos funcionários e os reajustes previstos em dissídio coletivo.

Mario Pierry, diretor de pesquisa para a América Latina do Deutsche Bank, chama também a atenção dos investidores para o comportamento das operações de tesouraria, que devem apresentar evolução significativa.

As fusões ocorridas recentemente no setor bancário, a exemplo da aquisição do Unibanco pelo Itaú e da união entre Santander e Real, devem começar a promover ganhos de sinergia, de fato, a partir de agora. “Cerca de 80% dos ganhos que o Itaú tende a auferir com a fusão estão programados para ocorrer ao longo de 2010”, destaca Laura, da corretora Ativa.

No caso do Santander Brasil, o analista Jorg Friedmann, do Bank of America Merrill Lynch, projeta uma redução de 7% nas despesas do banco no primeiro trimestre em relação ao período anterior (estão excluídos da conta os encargos relativos a juros).

O índice de eficiência deve acompanhar os ganhos de sinergia e melhorar em 520 pontos-base, para 49,2%. O resultado a ser apresentado pelo Santander, cujo anúncio está marcado para amanhã, é, aliás, um dos mais aguardados pelos investidores. Desde a oferta bilionária de ações em bolsa, a cobrança por rentabilidade passou a ser a principal preocupação.
Fonte: V

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