O recesso parlamentar é previsto pela Constituição entre os dias 17 e 31 de julho
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu que cogita suspender o recesso parlamentar caso o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra o presidente Michel Temer. Aliados afirmam que uma denúncia traria prejuízos à economia e a saída seria os deputados votarem a reforma da Previdência em paralelo. O recesso parlamentar é previsto pela Constituição entre os dias 17 e 31 de julho.
A expectativa é que Janot apresente uma denúncia contra Temer nesta semana, com base nas gravações da conversa dele com o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.
A votação de matérias que desmontam o Estado brasileiro, privatizam e entregam a Previdência para os bancos e o sistema financeiro seria uma forma de sinalizar ao mercado que as reformas andam conforme os mentores do golpe, alerta a Intersindical Central da Classe Trabalhadora.
“É por isso que precisamos concentrar esforços para construir uma greve geral que de fato pare o país e exija a suspensão dessas reformas – que não são reformas – mas sim um verdadeiro desmonte”, afirma Ricardo Saraiva Big, diretor da Intersindical.
Cortina de fumaça
Para que um presidente passe a ser formalmente investigado em um processo, é necessário que a Câmara dos Deputados autorize. Segundo a grande mídia, Temer acredita ter os 172 votos necessários para barrar o pedido da PGR. Ela seria analisada primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a base dele é maioria. Assim o recesso seria suspenso e a reforma da Previdência poderia tramitar em paralelo, enquanto a mídia foca em Temer o fim da aposentadoria passaria despercebido.
Fonte: Intersindical – Central da Classe Trabalhadora