Programa Agora Tem Especialistas busca reduzir filas históricas por consultas, exames e cirurgias ao mobilizar a rede pública e credenciar hospitais privados
O governo federal deu um passo importante para reduzir uma das maiores queixas dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS): a demora para conseguir consultas, exames e cirurgias especializadas. O programa Agora Tem Especialistas, sancionado em 2025, acelera o acesso a médicos especialistas e serviços de média complexidade por meio de uma parceria entre a rede pública e hospitais filantrópicos e privados.
O SUS conseguiu consolidar ao longo das últimas décadas a atenção primária à saúde — os postos próximos da população —, mas ainda enfrenta gargalos no atendimento especializado.
Foco nas maiores filas
O programa prioriza áreas com maior demanda, como oncologia, cardiologia, ortopedia e oftalmologia — especialidades responsáveis pelas filas mais longas no país. O câncer de mama é um dos problemas que o programa busca enfrentar com mais agilidade.
Diagnóstico precoce e novos medicamentos
Entre as mudanças já em curso no tratamento do câncer de mama, está a redução da idade para início das mamografias, que passou de 50 para 40 anos. Os dados mostram que cerca de 23% das mulheres com câncer de mama estão nessa faixa etária.
Outra medida importante é a expansão do acesso aos mamógrafos. Para enfrentar essa desigualdade, o Ministério da Saúde lançou carretas de mamografia itinerantes, que percorrem cidades pequenas e regiões mais distantes. Houve também a introdução de novos medicamentos orais no tratamento do câncer de mama, que são mais eficazes e apresentam menos efeitos colaterais.
Prevenção e economia de recursos
A hipertensão e diabetes, que atingem cerca de 25% da população, exigem atenção especializada. O programa tem impacto econômico positivo. A prevenção reduz o uso de tecnologias caras e internações prolongadas. Reduz também o gasto do orçamento público.