País deverá ter crescimento econômico em 2025 acima dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão e África do Sul; para 2026, o cenário é mais restritivo
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2025. De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, divulgado na terça-feira (14), o crescimento econômico brasileiro deve ser de 2,4%, um aumento de 0,1 ponto percentual em comparação com a estimativa divulgada em julho.
A projeção está em linha com o entendimento do Banco Mundial, que recentemente apontou a mesma perspectiva. As duas avaliações são um pouco mais positivas do que as feitas, até agora, pelo Ministério da Fazenda (2,3%), pelo Banco Central do Brasil (2%) e pelo mercado financeiro (2,16%), conforme o boletim Focus.
O resultado coloca o Brasil em quinto lugar na previsão sobre crescimento econômico para o ano entre os países do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. O país só fica atrás de Índia (6,6%), China (4,8%), Arábia Saudita (4,0%) e Turquia (3,5%). Além disso, supera os Estados Unidos (2%), Reino Unido (1,3%), Canadá (1,2%), Japão (1,1%) e África do Sul (1,1%).
Já para 2026, o FMI reduziu a projeção em 0,2 ponto percentual em relação a abril, para 1,9%, sob a justificativa de que as políticas fiscais e monetárias indicam moderação. A análise diverge da Fazenda nacional, que prevê um PIB de 2,3% no próximo ano.
O Fundo também afirma que as tarifas comerciais dos EUA têm reduzido a demanda de países com altas taxas de exportação, situação que tem desacelerado as economias.
“Tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos estão restringindo a demanda externa, com profundas implicações para diversas grandes economias voltadas para a exportação, enquanto a maior incerteza na política comercial está reduzindo o apetite das empresas por investimentos. Ao mesmo tempo, o espaço fiscal restrito está reduzindo a capacidade dos governos de estimular a demanda interna onde é necessário”, diz o FMI.
Também pesa sobre a economia brasileira a taxa básica de juros em 15% ao ano. O patamar elevado desaquece o setor produtivo, restringindo maiores avanços.
Quanto à avaliação da dívida brasileira, o FMI também melhorou a análise em comparação com a feita anteriormente. Antes, a previsão era de que a dívida do país chegaria a 92% do PIB, mas agora ficou em 91,4%.