Assunto, que já havia sido pautado nos acordos de teletrabalho e na mesa de IA, ganhou evidência depois que o Itaú demitiu mais de 1.000 funcionários que trabalhavam remotamente
Em reunião de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ocorrida nesta quinta-feira (25), o movimento sindical trouxe vários exemplos de negociação com a respeito do uso de inteligência artificial e novas tecnologias para a contratação, a avaliação de trabalhadores e até nos desligamentos.
“Existem exemplos de acordos, em diversos países, que garantem o direito à não discriminação na contratação, o direito à preservação da saúde, o respeito à desconexão, à transparência, ao acesso do sindicatos às informações, bem como o acesso dos trabalhadores ao uso dessas tecnologias e da contestação dos resultados das avaliações e do feedback da empresa”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e coordenadora do Comando Nacional do Bancários, Juvandia Moreira.
Os sindicatos reivindicaram a necessidade da preservação do home office como modo de trabalho e a necessidade de que haja negociação coletiva efetiva, assim como a necessidade da promoção da governança ética da tecnologia, sem a invasão da privacidade dos trabalhadores.
Leia nota conjunta
“Em reunião realizada nesta data (25/09), o movimento sindical e a Fenaban discutiram aspectos do monitoramento do trabalho remoto.
As partes deliberaram pela abertura de mesa específica de negociação, com definição de calendário de reuniões e desenvolvimento de análises sobre o tema, visando à construção coletiva setorial.
Reiteraram, ainda, os princípios que têm norteado as negociações coletivas do setor, inclusive sobre teletrabalho: transparência, respeito à privacidade e governança ética.”
Censo da Diversidade
Os representantes dos bancários alertaram que a coleta de dados por meio de um link específico de cada instituição financeira pode reduzir a participação de bancários liberados, ou cedidos, que não tenham acesso à intranet.
A Fenaban afirmou que, em uma semana, cerca de 27 mil bancários já responderam o censo. Disse ainda que a questão da participação de funcionários sem acesso à intranet será analisada, mas que a maior dificuldade é a segurança de dados.