Fechamento de agências, condições de trabalho, home office, PLR e programa SuperCaixa estiveram no centro das críticas e pedidos de solução apresentados pela Comissão. CEF assume compromissos com alguns temas debatidos
Ainda durante a mesa de negociação entre o movimento sindical e representantes da Caixa, realizada na última sexta-feira (19), em Brasília (DF), foram debatidos outros temas de interesse na defesa dos direitos dos empregados. O primeiro tema em debate na parte da tarde foi sobre o fechamento de agências. Os sindicalistas demonstraram grande preocupação em relação ao assunto, com destaque para as transformações em agências digitais.
Os dirigentes sindicais ouviram do banco que os cartões para pagamentos de financiamentos, canais alternativos e correspondentes bancários estão absorvendo os atendimentos. Entretanto, os representantes dos empregados, alertaram que nada se concretiza sem a entrevista presencial, assinaturas e autorizações feitas pelos empregados.
“E é exatamente por isso, que a demanda continua alta nas agências. Então, é necessário abrir e não fechar unidades, contratar mais bancários para melhorar o atendimento e resolver o acúmulo de serviços e funções. Entregar à população um serviço adequado e não dificultar para os mais carentes. A Caixa tem como objetivo o social. Quando deixa de cumprir esse papel presencialmente, ela perde sua razão de existir. Não é um banco de referência para o mercado, mas sim para incentivar a riqueza da nação”, Diz Mateus Lima, dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e empregado Caixa.
Caixas e tesoureiros
Ainda segundo os sindicalistas, a questão das funções de caixa e tesoureiro, que já é um problema antigo, está sendo reavaliada. A equipe responsável reconhece a dificuldade enfrentada pelos funcionários que estão nessas funções há anos e se compromete a encontrar uma solução rápida, prometendo apresentar propostas baseadas em dados e números concretos que beneficiem os empregados até o final de outubro.
Tatiana Oliveira, do Sindicato dos Bancários do Pará, relembrou que na última reunião de negociação, realizada no Rio de Janeiro, a Caixa havia se comprometido ao afirmar que nenhum empregado com cargo de minuto ou por prazo perderia sua renda durante o processo de reestruturação da Caixa. “O banco precisa buscar soluções individualizadas para esses trabalhadores. A Caixa precisa manter o compromisso de garantir a remuneração desses empregados até que uma solução definitiva seja encontrada, pois o número de pessoas afetadas não deve ser tão alto e o problema pode ser resolvido com um diálogo”, enfatizou.
Home office
Foi lembrado que o modelo de trabalho híbrido está sendo implementado, mas que há uma falta de clareza nas normas, especialmente em relação à prioridade para empregados com deficiência (PCDs).
“A legislação prevê essa prioridade, mas a norma interna da Caixa não é explícita o suficiente. Isso faz com que a decisão fique a critério dos gestores, resultando em conflitos e reclamações constantes. A cartilha de procedimentos, que deveria orientar os gestores, não deixa essa prioridade clara. Além disso, existe uma regra que proíbe o trabalho remoto para empregados que já foram penalizados com suspensão disciplinar pode ser uma dupla penalização. Sobre este ponto, a representante do banco não soube detalhar e ficou de buscar mais esclarecimentos para próximas discussões.
PLR
Foi indagado sobre uma possível mudança na forma de cálculo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da Caixa. Em resposta, a representante do banco garantiu que não houve alteração na metodologia. Ela afirmou que a regra foi aplicada exatamente como deveria. Para comprovar a transparência, ela se comprometeu a apresentar uma proposta detalhada na próxima negociação, na qual mostrará todos os cálculos e a metodologia usada para que a comissão entenda por que o valor não chegou ao teto de 45%.
SuperCaixa
A Comissão Executiva de Empregados expressou sérias preocupações com o programa SuperCaixa, alegando que ele não é transparente e pode prejudicar a remuneração dos funcionários, especialmente os de linha de frente nas agências. A principal crítica é que, embora a empresa afirme que a metodologia da PLR não mudou, as regras e limites do novo programa tornam praticamente impossível para a maioria dos funcionários alcançar a remuneração máxima, gerando desmotivação e frustração. A comissão sugere a suspensão temporária do programa para que as regras sejam revistas.
Compromissos assumidos pelo banco
- O representante do banco se comprometeu a deixar todas as agências digitais “no azul” (meta ajustada) até setembro, mas antecipou para julho/agosto/setembro, afirmando que está sendo cumprido e que, se houver distorções, serão corrigidas;
- Outro compromisso é de que as metas das agências digitais serão proporcionais ao número real de clientes atendidos em cada unidade e que serão recalibradas sempre que houver problemas.;
- Orientação para preservar as pessoas no reposicionamento (caixas, tesoureiros, funcionários de agências transformadas em digitais ou sem numerário) para evitar turbulências, também serão preservadas as funções efetivas dos empregados, incluindo a possibilidade da lateralidade (troca de função no mesmo nível e com mesma remuneração);
- Unidades com porta giratória permanecerão m com a estrutura de segurança; colocação ou retirada de portas somente serão realizadas após avaliação de prévia de segurança;
- A Caixa já comprou equipamentos para captura digital/biométrica (digitais) e comprometeu-se a distribuí-los em breve para as unidades, com apoio logístico.