Foram 50 dias de lutas, mobilizações e expectativas por parte dos(as) bancários(as) da carreira profissional da CEF que reivindicavam um PCS justo e condizente com a imensa demanda que estes(as) trabalhadores(as) tem que dar conta todos os dias na suas unidades.
Nesta que foi a maior greve da história, mais uma vez a Caixa foi intransigente e, ao contrário do seu (falso) discurso de preocupação com a gestão de pessoas, ratificou todo o seu desdém para com seus funcionários, tomando atitudes antiéticas e nada democráticas, ajuizando dissídio de greve no TST, sem nenhuma disposição para um diálogo franco e transparente. Aliás, esta tem sido a tônica da empresa, principalmente nos últimos anos: a intolerância diante da legítima união e organização dos(as) empregados(as) na luta por melhores salários, condições de trabalho e qualidade de vida.
Para piorar, o CN (Comando Nacional) orientou a aceitação de uma proposta ruim para os(as) profissionais, desencorajando-os(as) a continuar na luta; e isso, antes de consultar as bases para saber da disposição de todos(as), numa clara demonstração de consentimento com a política punitiva que a empresa vem tomando para desmobilizar a categoria.
Inclusive, ao nosso ver, o CN deveria ter colocado , desde o início, como premissa de negociação, a não vinculação ao saldamento do Reg/Replan e a não obrigatoriedade de desistência das ações judiciais colidentes, haja vista que esta tem sido a tática suja da CEF no intuito de reduzir custos e resolver passivos trabalhistas, como já vimos na implantação do PCS da carreira administrativa no ano passado.
No fim, fica uma sensação de decepção, pois acreditamos que ainda havia espaço para negociação e, caso o desfecho fosse parar no TST, a responsabilidade (ou irresponsabilidade) seria da empresa, desmoralizando-a ainda mais, pois nós preferimos sempre a via da negociação.
Por outro lado, fica o sentimento da força que temos quando estamos unidos e das possibilidades de conquistas futuras, sobretudo com uma adesão mais ampla, já que todos(as) são favorecidos(as) pelas vitórias políticas e financeiras resultantes da greve, mesmo com a intransigência da Caixa e sob o beneplácito dos nossos representantes no Comando.
Escrito por: Fábio dos Anjos