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35º CNFBB: Em defesa do banco público, direitos e da soberania, bancários do BB aprovam plano de lutas

SEEB SP

25 de agosto de 2025

Foi realizado sexta 22/08/25, o 35º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB). Ao final do dia, delegados e delegadas que representam os trabalhadores do BB aprovaram o plano de lutas para o próximo período (veja no final da matéria). 

Após a aprovação do Regimento Interno do 35º CNFBB, tiveram início as falas das centrais sindicais e forças políticas. Nas intervenções, além do debate sobre questões específicas dos bancários do BB, foi unânime a defesa da soberania nacional.

Conjuntura e o Papel do Banco do Brasil

A primeira mesa do 35º CNFBB, com o tema “Análise de Conjuntura e o Papel do Banco do Brasil”, contou com apresentações do sociólogo Jessé Souza e de Rosângela Vieira, economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico).

Na sua intervenção, Jessé Souza abordou como o pensamento escravista que as elites impuseram ao Brasil se perpetua até hoje, sob diferentes máscaras.

“Neste país existe uma cultura de golpe de estado para garantir o saque do Estado pela elite e o monopólio do capital cultural para a classe média branca. Essas classes são um bloco de poder contra o povo. O povo contamina a Europa que eles imaginam que esse país poderia ser. Isso explica a nossa irracionalidade e mantém a legitimação do escravismo. Finge-se que existe sufrágio universal, mas quando são os pobres e pretos que elegem, montam um golpe de estado”, disse o sociólogo.

Por sua vez, Rosangela Vieira trouxe para a mesa dados macroeconômicos e sobre o resultado semestral do BB, que teve queda de 40,7% em 12 meses.

A economista demonstrou que três fatores criaram uma “tempestade imperfeita”, que impactou negativamente o resultado do BB: Selic alta; aumento expressivo da inadimplência do agro, dos grandes produtores agrícolas; e a Resolução CMN nº 4.966 que, dentre outros pontos, estabeleceu o critério de perdas esperadas, o que – dado o peso da carteira agro (33% da carteira total do BB) e do seu nível de inadimplência superior a 90 dias (4,21% no segundo trimestre) – ampliou o provisionamento no Banco do Brasil (R$ 29 bilhões no primeiro semestre, crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2024).

Previ: o papel dos associados na gestão dos fundos de pensão

Na sequência, foi realizada a mesa sobre a Previ, a caixa de previdência dos funcionários do BB. Participaram João Fukunaga, presidente da Previ; Wagner Nascimento, diretor de Seguridade; Paula Goto, diretora de Planejamento; e Márcio de Souza, diretor de Administração.

Na sua intervenção, Fukunaga fez uma enfática defesa do corpo técnico e da gestão paritária da entidade. “Esse corpo técnico, formado por associados, por colegas do BB, que garante todos os nossos investimentos. Ao contrário do que vemos na mídia, é um corpo técnico qualificado, que defende o seu próprio futuro e o nosso futuro. A outra fortaleza, com certeza, é a gestão paritária, com eleitos e indicados pelo banco (…) O nosso modelo de gestão é o que garantiu a perenidade da Previ até hoje.”

“O nosso maior tesouro é a nossa governança, a participação dos associados na gestão. Qualquer proposta que venha a colocar em risco essa participação deve ser rechaçada. A regra de o patrocinador indicar diretores com pelo menos 10 anos de associação na Previ e a eleição de diretores pelos associados é o nosso melhor processo seletivo”, reforçou Márcio de Souza.

Saúde e as negociações do custeio da Cassi

Após a pausa para o almoço, teve início a última mesa de debates do 35º CNFBB, que teve como tema a Cassi e as negociações sobre o seu custeio. Participaram da mesa Alberto Alves Junior, diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi; e Fernando Amaral Baptista Filho, diretor de Risco Populacional, Saúde e Rede de Atendimento.

Alberto Junior iniciou sua intervenção falando sobre o adoecimento dos bancários do BB, acarretado pela cobrança abusiva por metas. “Não existe paz. Quando batem a meta, no dia seguinte a meta já é outra.”

Para ele, o BB é o grande responsável pelo déficit na Cassi, não só pelo adoecimento dos trabalhadores devido ao modelo de gestão do banco, mas também pela redução da remuneração média, o que impacta nas contribuições para o plano de saúde. “Estamos brigando para que o banco assuma a sua responsabilidade pelo dano que está sendo causado na saúde do associado e também na assistência.”

Por sua vez, Fernando Amaral Baptista Filho pontuou que a Cassi é o item mais importante para os trabalhadores do BB e citou a economia de mais de R$ 3 bilhões nas despesas. “Mesmo diante dos desafios para atender com qualidade todos os participantes, fomos capazes de economizar mais de R$ 3 bilhões entre 2019 e 2024. Porém, ainda precisamos lidar com o equilíbrio, porque a arrecadação do Plano Associados é menor do que o custeio”, declarou.

De acordo com o diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, o principal problema no custeio é a redução da participação do BB ao longo dos anos. “A remuneração tem que ser conforme com o que a gente produz. E a tecnologia tem que se a favor do ser humano. Nesse sentido, é possível melhorar a participação do banco no custeio da Cassi”, concluiu.

Plenária final

Após as mesas de debates, foi realizada a plenária final do 35º CNFBB, na qual foram aprovados os eixos do plano de lutas dos bancários do BB.  

Entre os eixos do plano de luta aprovado, estão:

  • Defesa da função pública do Banco do Brasil, essencialmente quanto ao desenvolvimento econômico e social, da agroecologia e da agricultura familiar;
  • Expansão do PRONAF, volta do DRS (Desenvolvimento Regional Sustentável) e maior apoio à agricultura familiar;
  • Abertura de agências em municípios desbancarizados;
  • Novo concurso (cumprindo efetivamente a cota de PCDs);
  • Fim das terceirizações;
  • Distribuição de dividendos em proporção que garanta investimentos no setor produtivo, assegurando o desenvolvimento econômico e social do Brasil;
  • Revisão dos processos de financiamento ao agro, aprofundando o cuidado para garantir a produção sustentável tanto com viés ambiental, como o retorno para a garantia de alimentos para o Brasil;
  • Ampliação do atendimento à população nas agências com maior movimento em regiões carentes e/ou periféricas;
  • Ampliação de postos de trabalho, garantindo o atendimento de caixa e preenchimento de claros;
  • Que o banco se responsabilize para que efetivamente não aconteça desvios éticos para cumprimento de metas;
  • Fim do assédio moral e metas abusivas.
  • Previdência: defesa da governança da PREVI e do modelo de gestão paritária pelos funcionários do banco; o papel dos órgãos controladores/reguladores. Planos e aspectos dos perfis de investimentos;
  • Os funcionários do Banco do Brasil devem seguir na defesa intransigente da Previ, cujo modelo de governança prevê a gestão compartilhada entre a empresa patrocinadora, por sua indicação com a representação dos funcionários, por meio democrático de eleição participativa, o que garante a permanência da robustez da sua governança impedindo interferência externas, seja do mercado ou de governos, com respeito inequívoco aos órgãos controladores e reguladores competentes;
  • A Previ deve ser para todos, com tratamento isonômico aos egressos de bancos incorporados, com direito à adesão ao plano PREVI Futuro e seus benefícios; 
  • Saúde: modelo de custeio e sustentabilidade do plano de associados da Cassi; Adoecimento e saúde mental;
  • Os funcionários do Banco do Brasil devem seguir na defesa intransigente da Cassi, objetivando o fortalecimento da caixa de assistência, em modelo de autogestão e patrocínio do empregador; 
  • A forma de custeio não pode se basear tão somente na folha de pagamento, sendo necessária a busca de outras fontes de receitas oriundas do patrocinador. Com as premissas de aumento da contribuição patronal para 70% (setenta por cento), sem aumento na contribuição do associado;
  • A Cassi é para todos e deve ser garantida a isonomia de tratamento para os egressos dos bancos incorporados e funcionários que ingressaram no Banco após a reforma estatutária de 2018;
  • É de fundamental importância que o banco informe precisamente os dados do EPS (exame periódico de saúde) e do adoecimento profissional;
  • Necessário incluir a cirurgia de afirmação de gênero/redesignação sexual no rol de procedimentos da Cassi, custeadas pelo banco, com apoio das instituições no acolhimento de pessoas trans;
  • Fortalecer e ampliar as CliniCassi e a rede credenciada;
  • O banco deve, ainda, cumprir de imediato as diretrizes da NR1;
  • Campanhas: Em Defesa do Banco do Brasil; Menos Metas Mais Saúde; Contra o Assédio Moral; Dias de Luta em todas as datas de negociação sobre a Cassi.

Também foram aprovadas moções sobre a defesa do BB e de sua função pública, sustentável e inclusiva; menos metas, mais saúde; repúdio aos ataques de Trump contra a soberania nacional; transparência na destinação de verbas parlamentares; contra o genocídio praticado por Israel contra os palestinos; em defesa do deputado Renato Freitas; e contra as ameaças de grupos de extrema-direita a Jones Manoel.

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