Início Notícias Copom eleva Selic a 15% ao ano e sinaliza que pode interromper ciclo de alta
Notícias

Copom eleva Selic a 15% ao ano e sinaliza que pode interromper ciclo de alta

Raphael Ribeiro/Banco Central

19 de junho de 2025

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto percentual, de 14,75% para 15% ao ano, sinalizando uma postura mais firme diante da persistência inflacionária e da elevação das expectativas para os próximos anos.

Unânime entre os nove membros do colegiado, a decisão reflete a combinação de um cenário externo adverso, pressões domésticas inflacionárias e um mercado de trabalho ainda aquecido.

“O Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, diz trecho do comunicado.

No comunicado, o Copom sinaliza que pode interromper o ciclo altista da Selic “em se confirmando o cenário esperado (…), para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, completa.

No Boletim Focus do BC divulgado na última segunda-feira (16), a mediana do mercado financeiro prevê que a Selic encerrará o ano em 14,75%.

A decisão converge com fala recente do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que a autoridade monetária deve manter a Selic em patamar elevado por um período mais prolongado do que o habitual.

“Faz sentido permanecermos com juros altos por mais tempo. Estamos no quarto ano consecutivo com crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] acima de 3%, o que também reforça essa abordagem”, afirmou.

Copom também destaca ambiente internacional instável

No comunicado, o Copom destacou que o ambiente internacional segue instável, especialmente pela condução das políticas fiscal e comercial dos Estados Unidos. A volatilidade nos mercados e o aumento das tensões geopolíticas exigem maior cautela por parte de economias emergentes como o Brasil.

No plano interno, os dados de atividade e emprego mostram algum dinamismo, mas indicam uma moderação no crescimento. A inflação corrente, tanto nos índices cheios quanto nas medidas subjacentes, permanece acima da meta, e as expectativas captadas pela pesquisa Focus para 2025 (5,2%) e 2026 (4,5%) também superam o objetivo do Banco Central. A projeção da própria autoridade monetária para 2026 está em 3,6%, acima da meta central de 3%.

Diante desse cenário, o Comitê aponta riscos elevados para ambos os lados — tanto de alta quanto de baixa —, mas com destaque para a possibilidade de uma desancoragem prolongada das expectativas, resiliência da inflação de serviços e impacto inflacionário de uma eventual depreciação persistente do câmbio. Já entre os riscos de baixa, estão uma possível desaceleração econômica mais intensa, uma retração global e a queda nas commodities.

Política fiscal

Outro ponto de atenção do Copom é a política fiscal. O colegiado afirmou acompanhar com atenção os desdobramentos fiscais e seu impacto sobre os ativos e sobre a política monetária, ressaltando a necessidade de manter os juros em nível significativamente contracionista por um período prolongado para reancorar expectativas.

Impactos da Selic alta

Com o ajuste, a Selic atinge o maior patamar desde julho de 2006. A taxa básica de juros influencia diretamente diversos aspectos da economia. Quando ela está alta, os principais efeitos são:

  • Redução da inflação: Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam o consumo, o que ajuda a conter a inflação.
  • Desaceleração da economia: Com o crédito mais caro e menos consumo, empresas investem menos e a atividade econômica tende a crescer mais devagar.
  • Aumento no custo do crédito: Empréstimos, financiamentos e cartões de crédito ficam mais caros, afetando consumidores e empresas.
  • Incentivo à poupança e investimentos em renda fixa: Aplicações como Tesouro Direto tornam-se mais atrativas, pois passam a render mais.
  • Dólar pode cair: Juros altos atraem investidores estrangeiros, o que pode valorizar o real e pressionar o dólar para baixo.
  • Aumento do custo da dívida: Grande parte da dívida pública brasileira está atrelada à Selic. Quando ela sobe, o governo precisa pagar mais juros aos investidores que compraram títulos da dívida, como o Tesouro Selic.
  • Maior gasto com juros: O gasto do governo com o pagamento de juros aumenta e isso pressiona o orçamento público, podendo reduzir a capacidade de investimento em outras áreas, como saúde, educação e infraestrutura.
Compartilhe

Mais resultados...

Generic selectors
Apenas pesquisar exatas
Pesquisar no título
Pesquisar no conteúdo
Post Type Selectors

Receba notícias de interesse da categoria!

Informação confiável é no Sindicato, cadastre-se para receber informações!

O SEEB Santos e Região foi fundado em 11/01/1933. As cidades da base são: Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá e Bertioga. O Sindicato é filiado à Intersindical e a Federação Sindical Mundial (FSM).

 Política de Privacidade

  ACESSAR EMAIL

Fale Conosco