A Intersindical esteve presente em atos por todo o Brasil para exigir o fim da escala 6×1 e garantir condições de trabalho mais dignas para todos os trabalhadores. A luta pela valorização e direitos trabalhistas continua firme
Na sexta-feira (15/11), feriado da Proclamação da República, trabalhadores se reuniram em seis capitais brasileiras para manifestar apoio ao fim da escala 6×1. Em São Paulo, o ato aconteceu na Avenida Paulista com a Brigadeiro Luiz Antônio, às 9h. A Intersindical Central da Classe Trabalhadora integrou a mobilização ao lado de diversos movimentos de luta dos trabalhadores.
A manifestação ganhou as ruas após a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), alcançar 194 assinaturas de parlamentares – superando as 171 necessárias para sua tramitação no Congresso Nacional. A proposta, que visa reduzir a jornada de trabalho sem redução salarial, é fruto do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador eleito Rick Azevedo.
Trabalhamos para viver, não vivemos para trabalhar
A Intersindical Central da Classe Trabalhadora destaca que a escala atual, que impõe seis dias de trabalho consecutivos com apenas um de folga, prejudica a saúde física e mental dos trabalhadores.
A central defende que os trabalhadores precisam de mais tempo para descanso, lazer e convívio familiar. A redução da jornada sem redução salarial pode garantir mais empregos e diminuir o índice de estresse físico e mental.
Extrema-direita é contra os trabalhadores
Enquanto parlamentares como Hugo Motta (Republicanos) e Nikolas Ferreira (PL) mentem em favor dos grande sempresários que a mudança prejudicaria a economia, os movimentos sociais rebater citando experiências internacionais bem-sucedidas de redução de jornada. A oposição ao projeto vem principalmente de setores empresariais e partidos de direita, como evidenciado em nota da Confederação Nacional do Comércio (CNC) que alega aumento de custos operacionais.
Próximos passos
Como passos seguintes, a PEC do fim da escala 6×1 deve ser apensada à PEC 221/2019, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que também propõe redução da jornada de trabalho. O texto seguirá para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde enfrentará sua primeira batalha. Se aprovada, a proposta precisará passar por comissão especial e, posteriormente, ser votada em dois turnos no plenário da Câmara, necessitando de 308 votos favoráveis em cada votação. Em seguida, o texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado.
Continuar a mobilização popular
A mobilização popular foi fundamental para conseguirmos as assinaturas necessárias, mas é apenas o primeiro passo. O caminho até a aprovação da PEC será longo e desafiador. Nesse sentido, a importância da pressão popular para garantir a aprovação da proposta será central.