A Caixa tem papel social e deve contratar ao invés de cortar postos de trabalho e fechar agências
A Caixa Econômica Federal obteve lucro líquido recorrente de R$ 9,433 bilhões nos nove primeiros meses de 2024. O resultado representa crescimento de 21,6% em relação ao mesmo período de 2023, e foi influenciado pela redução de 13,5% em provisão para perdas associadas ao risco de crédito e o crescimento de 7,0% nas receitas de prestação de serviços.
Caixa fecha agências e corta postos de trabalho
Com o fechamento de 3.413 postos de trabalho em 12 meses, sendo 3.029 apenas no terceiro trimestre, o banco encerrou o terceiro trimestre de 2024 com 83.640 empregados.
Concomitantemente, a Caixa registrou alta de 1,2 milhão clientes em doze meses e de 2,08 milhões no trimestre.
Em 12 meses, foram fechadas 114 agências, 233 unidades do Correspondente Caixa Aqui e 156 lotéricas, enquanto foram abertos 23 postos de atendimento uma agência-caminhão.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 9,85%, com aumento de 1,84 ponto percentual ao longo de 12 meses e redução de 0,22 ponto percentual no trimestre.
As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias cresceram 7,0% em 12 meses, totalizando R$ 20,4 bilhões em setembro de 2024.
Já as despesas de pessoal, considerando a PLR, cresceram 10,3% em um ano, totalizando R$ 24 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 85,09% no período.
“A Caixa tem papel social de servir a população, financiar a casa própria a juros baixos, implementar recursos para o desenvolvimento do país. Para isso, deve contratar mais empregados ao contrário de lançar cortar pessoal. Melhorar a remuneração linearmente. E como avaliamos, tem condições para isso”, explica Mateus Lima, bancário da Caixa e dirigente sindical dos Bancários de Santos e Região.
O saldo da Carteira de Crédito da Caixa teve alta de 10,8% em 12 meses e de 3% no trimestre, totalizando R$ 1,209 trilhão em setembro de 2024. O saldo das operações de crédito comercial com pessoas físicas teve redução de 1,4% em comparação ao final do terceiro semestre de 2023, totalizando R$ 133,2 bilhões. No segmento de pessoas jurídicas, houve crescimento de 4,8% em 12 meses, somando, aproximadamente, R$ 100,0 bilhões.
Com saldo de R$ 812,2 bilhões e participação de mercado de 67,5%, o crédito imobiliário cresceu 14,7% em 12 meses.
As operações de saneamento e infraestrutura tiveram incremento de 3,9%, no período, totalizando R$ 104,5 bilhões.
Com saldo de R$ 59,6 bilhões, o crédito rural apresentou o segundo maior crescimento (+13,8%). A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,27%, com redução de 0,4 ponto percentual na comparação com o 3º trimestre de 2023 e alta de 0,07 no trimestre.