Os bancários do Banco do Brasil (BB) e da Caixa encerraram no domingo, 19, seus congressos nacionais e definiram suas pautas específicas de reivindicações para a Campanha Nacional dos Bancários 2016. Itaú, Bradesco e HSBC também já definiram suas pautas específicas, durante encontros nacionais realizados neste mês.
Principais reivindicações dos funcionários do BB
Remuneração e condições de trabalho
Os participantes do Congresso reforçaram a importância da unidade nacional da categoria na política de reajuste salarial, cujo índice será retirado na Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá de 29 a 31 de julho.
Os funcionários do BB reivindicam um Plano de Carreira e Remuneração (PCR) com aumento nas promoções por mérito e com inclusão de escriturários. Eles vão propor ao banco que seja estipulado como piso para o PCR o salário mínimo do Dieese e o interstício na tabela de antiguidade de 6%, com mérito maior e para todos.
Na luta por melhores condições de trabalho, os bancários denunciaram práticas antissindicais dentro do BB e exigem o fim do assédio moral e das metas, assim como o respeito à jornada de trabalho e a inclusão dos 15 minutos de descanso para as mulheres dentro da jornada.
Saúde Pública e Suplementar/Cassi
Entre as propostas aprovadas no Congresso está a realização de um fórum nacional sobre saúde. Os delegados e delegadas discutiram o grande número de bancários adoecidos e a importância do fortalecimento do modelo assistencial de Estratégia de Saúde da Família (ESF), com a ampliação de cobertura do déficit da Cassi pelo Banco do Brasil.
Também foi aprovada a manutenção do princípio de solidariedade na Cassi e a inclusão de funcionários oriundos de bancos incorporados pelo BB para que sejam assistidos pela ESF.
Os bancários reivindicam um serviço de prevenção mais completo, com melhorias na eficiência do Exame Periódico de Saúde (EPS) do banco, além de mais autonomia na estrutura do Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
Aumentar o número de ausências permitidas de todos os funcionários e das pessoas com deficiência (PCD) é outra reivindicação. Muitos bancários destacaram que cadeirantes, ou mesmo funcionários que usam próteses, necessitam de tempo para fazer a manutenção dos equipamentos.
Previdência Pública e Complementar/Previ
O Congresso referendou a instalação de uma mesa de negociação com o banco sobre o Economus (Instituto de Seguridade Social da Nossa Caixa). Os funcionários reivindicam que os participantes sejam os únicos beneficiários e criticam a indicação da diretoria feita apenas pelo BB, e antigamente pela Nossa Caixa.
Outro consenso foi a luta contra o PLP 268 (Fundos de Pensão). O Projeto de Lei altera para pior a governança dos fundos de pensão, acaba com a eleição de diretores e reduz os representantes dos participantes dos conselhos deliberativo e fiscal.
A reforma da previdência proposta pelo governo interino e ilegítimo de Michel Temer também foi rechaçada. O Congresso defendeu uma previdência pública solidária e universal, que garanta aposentadoria integral a todos os trabalhadores.
Em relação à Previ, os funcionários do BB querem o fim da resolução 26, para que o superávit do plano de previdência seja investido na melhoria dos benefícios. Outra reivindicação reiterada é o fim do voto minerva no Conselho Deliberativo e a implantação de teto para os benefícios, já que os diretores do banco se aposentam ganhando muito mais que os demais funcionários.
Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional
Os delegados e delegadas discutiram o papel do Banco do Brasil no resgate social do banco público, com ênfase na defesa da democracia e das empresas públicas, além de sua importância como fomentador de desenvolvimento.
Outra bandeira é a luta contra a privatização, com continuidade das mobilizações em relação ao PL 4918, chamado Estatuto das Estatais. Muitos avanços já foram conquistados por entidades e movimentos sindicais que compõem o Comitê em Defesa das Empresas Públicas, que conseguiu mudar a essência privatista do projeto. O texto modificado volta agora para a análise do Senado.
Os bancários defenderam a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal que trata do Sistema Financeiro Nacional.
Organização do Movimento
Houve consenso sobre a organização atual do movimento, reafirmando a importância da campanha nacional unificada na garantia e ampliação de direitos da categoria bancária.
Moções
Foram aprovadas moções durante o Congresso. As mulheres apresentaram duas e uma delas de repúdio ao assédio sexual em todos os espaços. A segunda defendeu uma nova forma de composição das mesas no CNFBB e exigiu a garantia de participação protagonista, das mulheres, na condução de debates durante o congresso.
Também foram aprovadas as moções de repúdio à dívida pública e atuação truculenta da polícia nas manifestações dos bancários de São Paulo.
Principais reivindicações dos funcionários da Caixa
– Foi aprovada a estratégia de campanha nacional unificada dos trabalhadores dos bancos públicos e privados. Aliado a isso, os participantes do congresso definiram a mobilização pelo Fora Temer, diante da ameaça real para os direitos dos trabalhadores e para as empresas públicas.
– Defesa da Caixa 100% pública, somada à luta por mais contratações e contra a precariedade das condições de trabalho. Que o banco se mantenha e se fortaleça como banco social, continuando a atuar como grande responsável por políticas públicas de transferência de renda e de habitação e moradia.
– Intensificar a mobilização contra o processo de reestruturação e contra o Programa de Gestão por Desempenho (GDP).
– Outra prioridade é o combate ao assédio moral e sexual, e a todas as formas de violência organizacional, com a inclusão, entre outras medidas, das punições normativas previstas nos manuais disciplinadores contra os assediadores que pratiquem, comprovadamente, qualquer forma de violência moral contra colegas, subordinados e demais pessoas, sem negligenciar os aspectos organizacionais envolvidos. Ficou acertado ainda que, concluído o processo administrativo, e confirmadas às denúncias, caberá à Caixa, como em qualquer caso de crime, denunciar às autoridades competentes.
Bancos Privados
Entre os bancos privados, garantia do emprego e mais contratações foram as prioridades elencadas.
Itaú
Em 1 ano (de março de 2015 até março de 2016), o Itaú cortou quase 3 mil postos de trabalho. No mesmo período, foram abertas 74 agências digitais e fechadas 154 agências físicas, aumentando a sobrecarga dos bancários. Além da manutenção dos empregos e aumento de quadros, o coletivo do Itaú exige, entre outras pautas, o cumprimento da jornada de trabalho e da emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), fim das metas e do assédio e mais segurança nas agências.
Bradesco
Entre os pontos definidos pelos trabalhadores do Bradesco estão o estabelecimento de um número mínimo de caixas por agência para atendimento ao público, criação e implantação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), melhorias no plano de saúde e definição de auxílio-educação para os funcionários.
HSBC
Devido ao processo de venda do HSBC para o Bradesco, a principal pauta dos trabalhadores do banco é garantir que não haja demissão em massa na fusão. Além disso, foi debatida e necessidade de manutenção de conquistas específicas dos bancários e bancárias do HSBC como a bolsa-educação, parcelamento de férias e planos de saúde
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Fonte: Com informações da Contraf