Falta de explicações sobre mudanças na digitalização, PDV, extinção de vagas e sobrecarga de trabalho preocupam movimento sindical
Uma série de mudanças vêm acontecendo na Caixa Econômica Federal sem que a diretoria do banco esclareça os impactos que trarão para os empregados. Em ofício enviado para os gestores na segunda-feira (25/3), a Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa fez uma série de questionamentos sobre as recentes mudanças, que vêm gerando insegurança aos empregados, e pediu uma rodada com a Comissão.
No documento, a CEE destaca diversas transformações em curso e solicita informações sobre o impacto do Plano de Demissão Voluntária (PDV), que prevê o desligamento de até 3.200 empregados. Outra preocupação levantada pela Comissão são as mudanças decorrentes do projeto de transformação digital, que prevê o destacamento no processo “teia” de cerca de dois mil empregados para atuar de forma exclusiva por até dois anos. Esta alteração pode gerar mais sobrecarga de trabalho para os empregados.
“A falta de informação por parte da Caixa é preocupante. Os empregados estão sendo impactados por mudanças significativas sem terem acesso a informações claras e detalhadas sobre o que está acontecendo. Essa falta de transparência gera insegurança e instabilidade no ambiente de trabalho”, informou a coordenadora da Comissão, Fabiana Uehara Proscholdt. Ela reassumiu a coordenação até a data da sua posse no Conselho de Administração do banco.
Falta transparência
A representação dos empregados também solicita esclarecimentos sobre a contratação de uma consultoria para realizar um estudo de adequação das funções gratificadas, assunto sobre o qual o movimento sindical tem interesse em participar do debate. Outras mudanças, como a criação de novas superintendências, o fechamento de unidades e a centralização do jurídico, são assuntos que necessitam de esclarecimentos.
“Sabemos que a Caixa, em PDVs anteriores, tem a estratégia de extinguir grande parte das vagas de cargo efetivo e, em especial, as funções gratificadas, de natureza técnica, dos trabalhadores que aderem ao PDV, com o objetivo de redução de despesas com a folha de pagamento. Isso desestimula os empregados que ficam nas unidades e almejam ascensão na carreira. Precisamos urgentemente debater com a Caixa”, declarou Eliana Brasil, diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e empregada da Caixa.