Cartel dos bancos impede retomada do crescimento e desenvolvimento sustentável
Em função dos gastos com a guerra contra as forças militares da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Ucrânia – cerca de 9,7 trilhões de rublos (US$ 101 bilhões) – e do bloqueio imposto pelos EUA e aliados da Europa de cerca de US$ 58 bilhões, o governo de Moscou teve que elevar drasticamente os juros desde o início do conflito e como consequência das ações do Ocidente capitalista contra a economia para tentar abalar o governo de Vladimir Putin.
No entanto, de forma até surpreendente o Kremlin reduziu as taxas de juros do país e a economia do país cresceu 4,9% no segundo trimestre de 2023, através do aumento das exportações para a China e países não alinhados com os EUA.
Não há justificativa
Apesar de parecer inacreditável, mesmo com as consequências da guerra, a Rússia ainda tem juros reais inferiores aos do Brasil e de alguns países da América Latina.
O México liderou em 2023 os juros reais (descontado a inflação) no planeta, com 6,8% ao ano. O Brasil foi o segundo do ranking no período com 6,11%. Seguem a Colômbia (5,07%), Chile (3,81%), Indonésia (3,73%) e Rússia (2,94%).
É que a guerra por aqui parece ser da nação contra a ganância dos banqueiros e o descaso das elites brasileiras para com o povo trabalhador e o setor produtivo.
“Quem ganha com esses juros altos são os banqueiros e os rentistas. Vale ressaltar que é mais fácil comprar papéis da Dívida Pública porque você tem uma rentabilidade muita acima da inflação do que investir em produção e gerar empregos. Não há motivo, a inflação não está galopante, para que se justifique a alta dos juros.
É necessário voltar, não ter mais a autonomia no Banco Central. Porque o Campos Neto é oriundo executivo do banco Santander e quando a gente tem como presidente do Banco Central (executivos) do mercado financeiro eles vão beneficiar o mercado financeiro e rentistas. E não a população em geral, comerciantes e as mulheres”, disse Eneida Koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Dilema continua em 2024
Apesar da tímida redução dos juros básicos (Selic) pelo BC , os índices ainda estão entre os maiores do mundo. O mercado financeiro prevê juros básicos anuais de 9% em 2024.
Em juros reais, apesar da queda das taxas, o Brasil continua em segundo no ranking global: 5,9%, logo atrás do México (6,4%). Aparecem em seguida, Colômbia (4,81%), Turquia (3,78%) e Indonésia (3,48%).
A Rússia, pasmem, reduziu os juros básicos para 2,04%, caindo para 11⁰ no ranking mundial das maiores taxas de juros este ano. Já o Brasil continua no topo da comparação mundial.