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Vítimas denunciam esquema de golpe do falso emprego em banco pela internet

Sindiperto PR/SC

4 de dezembro de 2023

Um grupo de pessoas acusa uma mulher de oferecer falsos empregos na área de eventos de um banco. Elas contam que chegaram a trabalhar, mas não tiveram retorno financeiro e foram vítimas de um golpe. Pelo menos oito pessoas registraram boletins de ocorrência por estelionato na Polícia Civil.

A estudante Gabrielle Freitas contou que ficou animada com a oferta de um trabalho na área de produção de eventos. A chance chegou pelo celular e ela pediu demissão para assumir a vaga nova.

“A entrevista foi on-line. E aí, o contato do documento e marcação dos exames foram por e-mail. Fui à clínica e eles disseram que o RH falou que eu ia ter que pagar. Eu fui, paguei o exame e fiz. Quando saiu o resultado, enviei o exame para ela e aí fui aprovada. E aí, nisso, o RH até fez uma carta para meu outro emprego falando que eu estava sendo contratada para essa nova empresa. E aí eu pedi demissão do meu outro emprego para ir para esse emprego, que não existe”, contou Gabrielle.

A promessa era trabalhar em um grande banco e cuidar dos eventos da fundação social mantida pela instituição. Gabrielle não chegou a ir a alguma sede da empresa. O trabalho era feito de casa por e-mail ou pelo telefone celular, meios pelos quais chegavam as ordens da suposta chefe.

A jovem e outras pessoas que contam ter sido vítimas do golpe dizem que tiveram prejuízos financeiros, pois pagaram por exames médicos, uniformes e até o material necessário para começar a trabalhar. O kit com computador, impressora e equipamentos de escritório nunca chegou.

Juntas, as pessoas que fizeram as denúncias dizem que tiveram um prejuízo de R$ 14 mil.

Gabrielle contratava fornecedores para eventos que não aconteciam.

“E aí, chegava perto do dia do evento. Pela manhã, quando eu acordava para ir para o suposto evento, eles cancelavam. Hoje não vai ter, hoje está sem água, está sem luz, sempre tinha um problema e aí nunca os eventos nunca aconteciam”, contou Gabrielle.

A jovem trabalhou assim por dois meses e teve dificuldade para receber o salário. O primeiro depósito foi cancelado pelo banco porque o envelope estava vazio.

Depois de muito pedir, ela recebeu o dinheiro em duas parcelas. Ainda assim, Gabrielle foi convencida a convidar amigos e conhecidos para trabalhar para a mesma empresa.

“Eu me senti burra, com raiva, tive crise de ansiedade. Já chorei muito e estou um pouco desesperada. Porque você acha que estava trabalhando e aí descobre que não estava mais”, disse.

Gabrielle conta que a mulher que ofereceu o trabalho se chama Andressa Gonzaga, que se apresenta como gestora financeira. Ela é uma vizinha que a conhece desde a infância. Mas, de acordo com as denúncias, ela não trabalha onde diz estar empregada e pode ter se passado por outras pessoas para convencer os conhecidos e amigos a aceitarem os empregos falsos. Ela mesma fingia ser do setor de recursos humanos e da área de eventos do banco.

No grupo de mensagens, Andressa pedia para que os novos contratados ajudassem a encontrar funcionários.

“Quem souber de alguém de confiança e experiente, que tenha ética, me chama no privado”, afirma o texto enviado. Eduarda Dantas também foi enganada. Ela chegou a assinar um contrato para trabalhar na vaga que Andressa prometeu. O documento tem até a marca do banco, mas é cheio de erros.

No lugar da assinatura, em vez do nome completo do representante da empresa, está escrito apenas “Mauro Direção”.

“Eu não estou tendo nem psicológico para trabalhar mais, não consigo, não consigo mais procurar emprego, porque a gente fica traumatizada”, disse Eduarda.

Após as denúncias, as vítimas contam que não conseguem encontrar Andressa. Ela não atende nem as ligações da única irmã, que também caiu no golpe.

“Ela usou a nossa mãe mesmo, ela disse que fazia as questões de INSS, de aposentadoria. Aí ela usou da minha mãe, dizendo que havia aposentado. Aí foi para tios, tias, primos, primas, amigos próximos da família, e depois a gente descobriu que isso não existia. Na verdade, ela cobrava valores individuais para cada um: R$ 2, 3, 5 mil”, contou Andreia Gonzaga, irmã de Andressa.

A Fundação Bradesco informou que possui políticas sólidas de governança para qualquer tipo de contratação e que não tem vínculo com as pessoas mencionadas.

A Polícia Civil informou que os casos foram registrados nas delegacias do Centro, Duque de Caxias, Guaratiba, Nova Iguaçu e Recreio dos Bandeirantes. As investigações estão em andamento.

A polícia pede que as vítimas procurem as delegacias para apresentar mais informações.

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