Autor faz uma espécie de genealogia da elite no Brasil e descreve os mecanismos usados por ela para se manter no comando
O jornalista Cesar Calejon acaba de lançar o seu mais recente livro, chamado Esfarrapados – Como o elitismo histórico-cultural moldou as desigualdades sociais no Brasil (editora Civilização Brasileira). Nesta obra, ele se debruça numa investigação sobre os mecanismos que formam as elites no Brasil, detalhando o modo de funcionamento desse grupo e como ele age para permanecer no comando.
Para isso, o autor investiga como o conceito de hierarquia moral inspira e referencia o contexto socioeconômico do país.
“O elitismo histórico-cultural, ao meu ver, é uma força como o próprio nome diz, histórica e cultural que organiza os arranjos da sociedade, com bases em categorias de distinção, de forma a criar uma espécie de gramática da desigualdade e, em última análise, cria a moral que organiza o funcionamento social, politico e econômico do país”, explica Calejon.
Ele participou ao vivo do programa Central do Brasil e falou sobre os principais tópicos do livro, entre eles sobre como a extrema direita se vale desse mecanismo que alimenta a elite brasileira.
“Todo substrato da extrema direita, não só nacional, mas também ao redor do mundo, parte de uma premissa elementar de que existem seres humanos que são mais fortes e outros que são mais fracos por natureza, biologicamente. O desenvolvimento humano é fundamentalmente cultural. Acontece de forma cultural sobre a base biológica da nossa espécie. Uma vez que se entende isso, se ganha propriedade para entender que isso se aplica em como nossa sociedade se organiza”, pontuou.
Calejon é autor dos livros A Ascensão do Bolsonarismo no Brasil do século XXI (Kotter) e Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia covid-19 no Brasil (Contracorrente); além de Sobre perdas e danos: negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil (Kotter).
A entrevista completa está disponível no YouTube