Sergio Rial, ex-banqueiro e economista, conhecido por seu papel como presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil (depois de presidir o banco no país), agora encontra-se no centro de um escândalo financeiro sem precedentes
Sergio Rial, ex-CEO, do Santander Brasil e depois da varejista Americanas, está oficialmente enfrentando um processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O ex-banqueiro e economista, conhecido por seu papel como presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil, agora encontra-se no centro de um escândalo financeiro sem precedentes.
Rial foi nomeado réu na última sexta-feira, acusado de omissões e comunicações imprecisas em relação a um rombo contábil de espantosos R$ 40 bilhões no balanço da Americanas. Os reguladores da CVM estão analisando se Rial violou o dever de lealdade estipulado no artigo 155 da Lei das SA, ao deixar de informar adequadamente o público investidor sobre as dificuldades financeiras da empresa.
A Americanas, sob a gestão de Rial, havia divulgado anteriormente, em 11 de janeiro, a descoberta de “inconsistências em lançamentos contábeis” que somavam esse valor impressionante. A notícia causou um impacto negativo imediato, levando a uma queda drástica no valor das ações da empresa na B3, a bolsa de valores de São Paulo. De fato, a desvalorização foi tão extrema que a B3 interveio, colocando as ações em leilão, um movimento raramente visto que só serve para destacar a gravidade da situação.
As inconsistências em questão foram ligadas a operações de risco sacado com bancos, que resultaram em um aumento substancial na dívida da empresa e redução do capital de giro. A revelação desencadeou uma reação em cadeia, levando as principais instituições financeiras a colocarem as ações da Americanas sob revisão e causando uma queda de quase 80% no valor das ações – a maior queda já vista na bolsa brasileira desde 2008.
A CVM também voltou seu olhar regulador para a conduta de acionistas de peso na Americanas, incluindo nomes proeminentes como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Além disso, tanto a PwC, auditoria que aprovou as contas da empresa, quanto a B3, por ter listado a Americanas no Novo Mercado, também estão sendo investigados.
Hoje, a Americanas está sob o escrutínio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, que busca esclarecer o caso. O escândalo em curso promete ter um impacto profundo no mundo corporativo, deixando investidores e o público em geral em alerta para o desenrolar dos acontecimentos.