Exploração com juros (taxa Selic), demissão, rotatividade de funcionários, diminuição de salários, terceirizações de trabalhadores fazem parte da fórmula desumana dos banqueiros, a fim de obterem lucros absurdos aos seus acionistas e executivos. O resto que se vire!
O setor bancário eliminou postos de trabalho pelo quinto mês consecutivo. Em fevereiro, foram fechadas 882 vagas, maior número desde novembro de 2020 – período agravado pela pandemia do covid-19 –, quando foram encerradas mais de duas mil vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Considerando o acumulado em 12 meses (março de 2022 a fevereiro de 2023), o saldo negativo foi de 2.063 vagas.
Os bancos múltiplos com carteira comercial – maior parte dos bancos privados – são responsáveis pela maioria do fechamento de vagas. Assim, a abertura de empregos criados pela Caixa, em período passado (+ 1.131 em 12 meses encerrados em fevereiro), não foi suficiente para reverter o saldo negativo da categoria.
“Contratações já, os lucros absurdos são gerados com a sobrecarga de trabalho na maioria das agências, pressão e assédio moral por metas impossíveis, o que resulta em muitos adoecimentos físicos e, principalmente, psicológicos. O setor financeiro é o único que não se abala com a crise explorando de todos os lados”, explica Eneida koury, secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Remuneração média nos bancos
O salário mensal médio do bancário admitido em fevereiro alcançou R$ 6.023,13 enquanto o do desligado foi de R$ 7.556,55. Ou seja, o salário médio do admitido foi 20,29% menor do que o do demitido.
“Exploração dos juros (taxa Selic), demissão, rotatividade de funcionários, diminuição de salários, terceirizações de trabalhadores, tudo sem motivos, fazem parte da fórmula desumana exata dos banqueiros para obterem lucros absurdos aos seus acionistas e executivos. A classe trabalhadora e os setores produtivos da sociedade brasileira que se virem”, analisa Élcio Quinta, presidente do Sindicato do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Itaú.
Emprego no Ramo Financeiro
O emprego no Ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária, teve pequeno saldo positivo em fevereiro, com a abertura de 32 postos de trabalho, após resultado amplo no mês imediatamente anterior. Nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro, foram criados 30,6 mil postos de trabalho, uma média de criação de 2,5 mil postos por mês.
Emprego formal no Brasil
Considerando o emprego com carteira assinada de forma geral, o Brasil apresentou expansão em fevereiro de 2023, registrando saldo de 241.785 postos de trabalho. Este resultado decorreu de 1.949.844 admissões e de 1.708.059 desligamentos. Os números foram positivos em quatro Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas: Serviços (+164.200 postos); Construção (+22.246 postos); Indústria geral (+40.380 postos); Agropecuária (+16.284 postos); e negativo no Comércio (-1.325 postos).