Proposta do governo Macron busca aumentar idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Ontem, terça-feira (31), foi o segundo dia de paralisação nacional
Na terça-feira (31) iniciou uma nova jornada nacional de manifestações contra a reforma da previdência na França. As oito maiores centrais sindicais do país assinam o chamado. A estimativa é que cerca de 500 mil pessoas se manifestaram-se em Paris e também há atos agendados nas demais capitais regionais. A proposta do governo de Emanuel Macron é aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, e aumentar o período de contribuição para 43 anos para ter direito à pensão integral, a partir de 2027.
O projeto chegou na segunda-feira (30) na mesa da Comissão de Questões Sociais da Assembleia de Deputados, primeira etapa do processo de aprovação da lei. Macron espera que o projeto seja aprovado no Senado até 26 de março e entre em vigor a partir de setembro deste ano, aplicando o aumento da idade mínima de maneira gradual, de três em três meses até 2027. Somente os militares ficaram de foram da reforma.
Cerca de 68% dos franceses são contrários às mudanças, segundo pesquisa do Instituto Francês de Opinião Pública, divulgada no domingo (29).
De acordo com o maior sindicato do magistério francês, metade dos professores de ensino básico e fundamental aderiram à paralisação. Os professores representam 1/4 do total de mobilizados na greve geral, segundo o ministério de Educação. Em 19 de janeiro, na primeira jornada de mobilização, o índice de professores em greve era de 42,35% no ensino fundamental e de 34,66% no ensino médio.
No serviço público, a paralisação é de 20% do funcionalismo e cerca de 36% no setor de transportes.
A companhia ferroviária francesa anunciou que somente um trem-bala estará funcionando e duas linhas férreas regionais estarão completamente paralisadas. Já a Direção Nacional de Aviação Civil solicitou às companhias áreas que mantenham 75% da frota operativa. A Air France anunciou que cancelará um voo de curta e média distância a cada dez, mas os trajetos de longa distância não serão afetados.
Já nas refinarias e depósitos da petrolera Total Energies houve adesão de 80% da categoria.
Ontem (terça,31) foi o segundo dia de paralisação nacional contra a reforma de Macron. Há duas semanas, no dia 19 de janeiro, a convocatória contou com a presença de cerca de 2 milhões de trabalhadores em todo o país, segundo as centrais sindicais.