Em seu perfil Itubers, no Instagram, o Itaú se diz a marca mais valiosa da América Latina, mas não explica em quais condições os funcionários trabalham para isso!
Com o slogan “Somos a Marca mais Valiosa da América Latina e uma das mais valiosas do mundo”, em um card no perfil Itubers, no Instagram, o Itaú não diz o que os funcionários são obrigados aguentar no dia a dia do ambiente de trabalho. Não explica o que lhes é imposto em metas para gerar a Marca valiosa. Mas nós podemos explicar algumas dessas práticas do Itaú:
- Funcionários são pressionados pelo Itaú a vender a qualquer custo para manter seus empregos, bater metas, produzir lucros bilionários e quando incorre em alguma irregularidade o banco escolhe um bode expiatório para demitir;
- A pressão absurda por metas de vendas de produtos bancários no Itaú não para de aumentar. Tal situação está levando os funcionários a adoecerem e cometerem erros, que em última instância podem levá-los a perder o emprego;
- Em âmbito nacional existem diversos trabalhadores que foram contatados, ou até mesmo desligados, pela Gerência de Inspetoria do Itaú. Em alguns casos, alguns bancários não deveriam nem mesmo terem sido acionados, uma vez que foram reclamações de clientes que realizaram as contratações de produtos bancários seguindo todos os procedimentos de segurança;
- Já em outros casos, bancários foram demitidos por descumprimento da Política Corporativa de Prevenção a Atos Ilícitos. Entretanto, na grande maioria destes casos, este descumprimento – especialmente em vendas de Consórcios e Seguros, itens que geraram vários desligamentos em novembro – é resultado de erros cometidos pelo trabalhador por conta da enorme pressão para bater metas e falta de treinamento com foco na RP-50;
- Apesar de várias vezes o sistema estar inoperante nas agências a pressão incessante por metas não diminui. Os bancários são levados a vender a qualquer custo pelo GERA para ficar com o emprego. Isso é injusto e massacrante.
GERA
O Itaú incentiva que os bancários busquem pontuações bem acima dos 1.000 pontos no GERA, que na teoria seria a meta de empregabilidade. Ocorre que, caso o trabalhador entregue somente os 1.000 pontos, é enquadrado como “baixa performance”. Já os que entregam 1.200 pontos, vislumbrando uma remuneração variável melhor, passam também a ser pressionados a pontuarem cada vez mais.
O Itaú está interessado em performances absurdas (sem dar o devido treinamento) – de 1.300, 1.400, 1.500 e até 1.600 pontos. Os bancários que não alcançam essas ‘hiper vendas’ são pressionados a buscar de qualquer forma tais resultados. Na política desumana e meritocrática de trabalho do banco o pensamento é: se alguns conseguem, todos deveriam conseguir. Não leva em conta as especificidades de cada agência ou de cada trabalhador como se fossem robôs, assim como do período avaliado.
Adoecimento e demissão
Toda essa pressão leva ao adoecimento, principalmente psicológico; e a praticar alguns erros para se livrar todos os meses das ameaças e demissão. Neste momento aparece a inspetoria para passar a imagem de que o banco não pactua com irregularidades e demite os já espremidos funcionários.
Os responsáveis pela valorização são os funcionários
Para valorizar realmente a marca, o Itaú deve:
- Respeitar seus funcionários.
- Não fazer rodízio com demissões.
- Não pressionar e ameaçar por metas absurdas de 1.300, 1.400, 1.500 e até 1.600 pontos.
- Preservar a saúde dos bancários, que estão ficando doentes com tanta pressão.
- Praticar a solidariedade não construindo obstáculos em suas calçadas para que ninguém se abrigue em suas marquises, seja uma pessoa em situação de rua, um idoso, mulheres ou crianças.
- Não rebaixar salários com a terceirização.
“Quem constrói a valorização da marca Itaú são seus trabalhadores, o principal patrimônio do banco”, finaliza Élcio Quinta, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário do Itaú.