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Quase 40% dos acordos de 2022 perderam da inflação, segundo pior resultado em cinco anos

Marcello Casal Junior/Agência Brasil

20 de janeiro de 2023

Resultado só foi melhor do que 2021, quando a inflação foi mais alta. Já os bancários conseguiram manter todos os direitos, abono alimentação e reajuste acima da inflação para 2023

Dados preliminares divulgados pelo Dieese mostram que 2022 foi o segundo pior ano, dos últimos cinco, para as negociações de acordos salariais. Fica aquém de 2018, 2019 e 2020 e só mostra melhora em relação ao ano imediatamente anterior. Contribuiu para esse resultado o fato de a inflação de 2022 ter sido menor que a de 2021, mas os preços dos alimentos subiram bem acima da média.

Assim, de um total de 19.370 reajustes, 39,5% ficaram abaixo da inflação medida pelo INPC-IBGE, que costuma ser usado como referência nos acordos trabalhistas. Foram 24,3% acima do índice e 36,2% equivalente ao INPC acumulado nos 12 meses anteriores. O Dieese observa que várias categorias ainda não concluíram negociações.

Segundo o levantamento, o pior ano foi 2021, com 45,8% de reajustes firmados em acordos salariais inferiores à inflação e apenas 15,2% acima. Os dados disponíveis são de 2018 em diante, quando o Dieese passou a acompanhar acordos e convenções registrados no sistema Mediador, do Ministério do Trabalho.

Pisos acima do salário mínimo

Dessa forma, na média, a variação real média dos acordos é negativa: -0,78%. As categorias com ganhos reais tiveram, em média, 0,81% acima do INPC. Entre os setores, houve mais aumentos reais na indústria (32,6%) e mais perdas nos serviços (50%). No comércio, a maioria (51,4%) teve reajuste equivalente à inflação.

No ano, o valor médio dos pisos nos acordos coletivos foi de R$ 1.547,98, ou 27,7% acima do salário mínimo de 2022 (R$ 1.212). O maior era o de setor de serviços (R$ 1.575,20) e o menor, na área rural (R$ 1.467,75).

Categoria Bancária

A categoria bancária e seu movimento sindical conseguiram um acordo por dois anos (2022/2023) e manter todos os direitos, aumentos de 10% nos VAs e VRs, 100% do INPC para a regra básica da PLR e 13% na parcela adicional. Adicional único de R$ 1.000,00 no vale alimentação e 8% de reajuste nos salários, para 2022.

Já para 2023, aumento acima da inflação de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.

Quem luta consegue. Filie-se e lute pelo aumento salarial, da PLR, vales, mais direitos e defenda-se clicando aqui!

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