A greve nacional da categoria bancária, já é a maior dos últimos 20 anos, chegou nesta sexta-feira, 7, ao seu 11º dia mantendo a forte pressão sobre os bancos para que retomem as negociações e apresentem uma nova proposta, com reajuste decente, valorização do piso, plano de cargos e salários para todos, mais contratações, respeito à saúde, mais segurança nas agências e mais empregos.
Segundo balanço nacional, com base nos números repassados por sindicatos de todo o país, o movimento cresceu e paralisou 8.758 agências, além de centros administrativos, batendo o pico de 2010, que foi de 8.278 locais parados. Os números demonstram a indignação da categoria com o silêncio da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que ignorou a carta enviada pelo Comando Nacional dos Bancários, na terça-feira (4) cobrando a retomada do processo negocial.
Em Santos e Região a greve continua forte com o percentual de 95% de unidades fechadas em Santos e cerca de 80% de agências paralisadas nas demais cidades da Baixada Santista.
“O governo está orientando as empresas a não oferecerem aumento acima do índice da inflação, sob alegação de que aumento salarial aumenta a inflação, isto é um absurdo! Ao invés de defender o poder de compra dos trabalhadores e a consequente ativação da economia, o governo federal prefere entregar 47% do orçamento da União para pagar juros da dívida pública aos bancos, quando o correto é colocar dinheiro no bolso de quem faz o país crescer, e não o contrário”, reage Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Bancos podem melhorar proposta
Apenas no 1º semestre de 2011, o lucro auferido pelos bancos que operam no Brasil chegou a cifra de R$ 60 bilhões, um montante de dar inveja aos demais setores da economia e que deixa claro que eles têm plenas condições de atender as reivindicações dos trabalhadores.
São bilhões obtidos através do trabalho árduo do conjunto da categoria, que é submetida muitas vezes a pressão desumana pelo cumprimento de metas cada vez mais abusivas e responsáveis pelo grande número de bancários vítimas de doenças ocupacionais.
Setores da economia com lucros bem menores oferecem 10,5% de reajuste
Setores da economia que lucraram muito menos que os bancos como os proprietários de hotéis, bares e similares e os comerciantes, por exemplo, ofereceram e acabam de fechar, com seus trabalhadores, um reajuste salarial de 10,5%. Enquanto os bancos oferecem apenas 8%!
Salário no Brasil é metade dos colegas argentinos
Atualmente, o bancário brasileiro em início de carreira ganha US$ 735,29, metade do que recebem os colegas da Argentina (US$ 1.432,21) e bem menos que os do Uruguai (US$ 1.039), conforme pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Contraf.
O que os bancários reivindicam
Reajuste Salarial
12,8%
Pisos
Portaria – R$ 1.608,26 – Escritório – R$ 2.297,51 – Caixa – R$ 3.101,64
– 1º Comissionado – R$ 3.905,77 – 1º Gerente – R$ 5.169,40
Vales alimentação e refeição e auxílio-creche/babá
Salário Mínimo Nacional – R$ 545
PCCS – Plano de Cargos, Carreiras e Salários
Para todos os bancários
PLR – Participação nos Lucros e Resultados
Três salários mais R$ 4.500
Auxílio-Educação
Pagamento para graduação e pós
Emprego
Ampliação das contratações; fim da rotatividade; combate às terceirizações; garantia contra dispensas imotivadas (Convenção 158 da OIT) e banco para todos, sem precarização.