Em 11 de janeiro de 1933 é fundado o Sindicato dos Bancários de Santos e Região. No mesmo ano, a categoria conquista a jornada de 6 horas e não parou mais, durante esses 89 anos!
No dia 28 de agosto de 1951, os bancários decidiram cruzar os braços para reivindicar um reajuste salarial de 40%. Os bancos queriam dar apenas 20%.
Os índices oficiais do governo na época apontavam um aumento de 15,4% no custo de vida. Os bancários refizeram os cálculos e o próprio governo teve que rever seus índices, que saltou para impressionantes 30,7%. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários conquistaram 31% de reajuste. Foi a maior greve da história da categoria. O dia 28 de agosto passou a ser considerado como o Dia do Bancário.
“Mais do que nunca a categoria deve estar unida e mobilizada, junto ao Sindicato, para defender-se dos ataques que estão sendo desferidos não apenas contra nossa categoria, mas contra toda a classe trabalhadora. Precisamos fortalecer nossa organização sindical filiando-se, para manter nossos direitos, salário, PLR e benefícios conquistados por quase um século de lutas com manifestações, protestos, greves e até mortes”, ressalta Élcio Quinta, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Muito além do reajuste
Mas, além do reajuste, a greve de 1951 também fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país. Assim, também é indiscutível a importância da greve para a organização da luta da categoria, que de lá para cá obteve muitas outras conquistas.
“Sempre é bom lembrar ou mesmo esclarecer ao mais novos que a categoria bancária é a única do Brasil com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de âmbito nacional. As negociações são realizadas em mesa única, com bancos públicos e privados. Tudo o que é conquistado é válido para todos os bancários do país”, explica Eneida koury, Secretária de Finanças e a 1ª mulher a presidir o Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Dieese
Outro mérito da greve de 1951, foi a contestação dos dados oficiais do governo. A partir daí, surgiram as bases para a criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Dieese nasceu com o objetivo de municiar os trabalhadores com dados estatísticos confiáveis.
Conquistas dos bancários e seu movimento sindical
Veja algumas das conquistas, para os bancários e bancárias, nestes 89 anos de fundação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. A luta sempre vale a pena. Nada cai do céu. Tudo foi conquistado com muita luta, suor, demissões, prisões e até mortes de companheiros:
1933 – Fundação do Sindicato dos Bancários de Santos e Conquista da jornada de 6 horas;
1934 – 1ª Greve Nacional:
1 – Conquista da aposentadoria aos 30 anos de serviço e 50 anos de idade;
2 – Estabilidade após 2 anos de serviços (no setor público e privado);
3 – Criação do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários – IAPB; 1946 2ª Greve nacional com duração de 19 dias, sindicatos sofrem intervenções;
1951 – A maior greve estadual realizada somente no Estado de São Paulo. Foram 69 dias de muita luta da categoria sofrendo repressão e prisões porque desafiavam a Lei de Greve que impedia o setor de bancário de ter esse direito;
1961 – Greve da Dignidade realizada pelos bancários do setor privado que conquistam o 13º Salário;
1962 – Conquistado em greve nacional o sábado livre; 1964 Golpe Civil Militar:
1 – Corte de direitos a liberdade de expressão, proibição de greve ou qualquer tipo de mobilização, extinção de direitos trabalhistas conquistados em outras décadas como a estabilidade, IAPB e outros; 2 – Intervenção no Sindicato dos Bancários de Santos e Região;
3 – Perseguição, prisão e tortura de diretores bancários;
1989 – Conquista do Vale Refeição;
1990 – Conquista do Plano de Saúde;
1992 – Criação da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), conquista do Acordo Único dos Bancários para todo o País reivindicado desde 1951; Vale Refeição unificado tanto para 6 como 8 horas e concessão durante o ano todo, inclusive nas férias; auxílio creche;
1994 – Vale Alimentação ou Cesta Alimentação; 1995 Participação nos Lucros e Resultados – PLR;
SINDICATO DOS BANCÁRIOS 2004
Unificação da Categoria e uma das maiores greves nacionais realizada durante 30 dias que unificou bancários do setor público e privado nas reivindicações por um reajuste igualitário para todos conseguindo repor totalmente a inflação;
2005 – Formação da Intersindical;
2007 – 13ª Vale ou Cesta Alimentação;
2008 – Aumento na distribuição da PLR;
2009 – Ampliação da licença maternidade de quatro para seis meses;
2014 – Fundação da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora. Uma Central combativa, autônoma com participação direta dos trabalhadores, sem interferência de partidos políticos, dos governos e dos patrões;
2004 a 2015 – Organização de greves para conquistar reajustes acima da inflação;
2016 – Conquista da ampliação da licença paternidade de 5 para 20 dias.
2018 / 2019 / 2020 / 2021 – Mesmo em conjuntura adversa resultante da reforma trabalhista, a categoria bancária, organizada em seus sindicatos, conseguiu fechar acordos de dois anos, nas últimas duas campanhas salariais, que mantiveram todos os direitos da CCT e ainda conquistaram reajustes acima da inflação.
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Crédito: Fernando Diegues
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região com informações do SEEB de São Paulo