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Vereadores de São Vicente colocam população em risco dentro dos bancos

13 de março de 2012

O vereador Gilberto Rampon ou Gilberto do Laboratório (PSB) propôs fim das portas giratórias nas agências de São Vicente e todos votaram a favor colocando em risco a vida de bancários e clientes.
Na calada da noite, sem dar muita visibilidade ou a publicidade que o delicado e importante assunto merece, pois se trata da segurança de seres humanos, os vereadores da Câmara Municipal de São Vicente aprovaram a Lei 25/12, que OBRIGA as instituições bancárias a DESINSTALAR as portas giratórias com detectores de metais. As portas giratórias são os melhores dispositivos de segurança, pois detectam revólveres e outras armas sem colocar em risco a vida dos vigilantes, clientes e bancários.
“O que fizeram é um absurdo. Estas portas giratórias reduziram os assaltos a banco em cerca de 80%. Os vereadores de São Vicente precisam pensar mais na segurança dos cidadãos e não escancararem as portas das instituições financeiras e dar acesso livre aos bandidos. Ao invés de focarem na segurança, que é o que o povo precisa diante de tantos crimes, ficam propondo medidas paliativas, como não atender celular, banheiros e outras amenidades”, afirma Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Entenda a história dos assaltos

O jornal O Globo em 09/03/1995, publicava matéria afirmando que em São Paulo os roubos a banco tinham aumentado 119,5%. Naquela época, o vereador Ricardo Saraiva Big, hoje presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, apresentou e conseguiu aprovar projeto de Lei na Câmara de Santos, em 29/04/95, sobre a instalação de equipamentos de segurança nas portas das agências. Além disso, o Sindicato dos Bancários de Santos e Região enviou o projeto para as cidades da Baixada Santista conseguindo a aprovação da Lei em todos os municípios de sua base territorial – de Peruíbe a Bertioga. Na época os bancos eram assaltados com facilidade e não era raro ter vítimas fatais.
Depois da instalação das portas, no final da década de 90, houve uma redução de aproximadamente 80% no número de assaltos, conforme dados da própria Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), entidade patronal. Segundo a estatística da Febraban, ano de 2000 foram registrados 1.903 assaltos contra 369 em 2010. 
Porém, em 2011 quando os bancos iniciaram uma campanha nacional para retirada deste equipamento reafirmando de muita importância à segurança das pessoas o número de roubos começou a aumentar e já foram contabilizados 422 em 2011, 14,36% maior em relação ao ano anterior. Isto só tende a aumentar nas cidades em que a Lei que obriga portas for derrubada.
“Vamos ficar de olho nas câmaras de vereadores da região e investigar se existem outros parlamentares por trás desta farra da insegurança financiada pelos banqueiros. Não corra risco de morte exija segurança nos bancos e respeito dos políticos à sua vida”, explica Big.
Confira a evolução dos números sobre assaltos a bancos:
. 2000 – 1.903
. 2001 – 1.302
. 2002 – 1.009
. 2003 – 885
. 2004 – 743
. 2005 – 585
. 2006 – 674
. 2007 – 529
. 2008 – 509
. 2009 – 430
. 2010 – 369
. 2011 – 422
 Retirada de portas giratórias aumentam mortes em 2011 

Em 2011, conforme pesquisa nacional das confederações dos bancários e dos vigilantes, com base em notícias da imprensa, 49 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo país, uma média de quatro vítimas por mês, na sua maioria clientes, depois que os bancos começaram a inaugurar unidades sem portas giratórias. Em 2010, quando a campanha para insegurança imposta pelos bancos ainda estava no início, houve 23 ocorrências.
 Os representantes sindicais frisam que os bancos possuem recursos de sobra para ampliar os investimentos em segurança. Pesquisa do Dieese, com base nos balanços de 2011 dos cinco maiores bancos, mostram que as despesas de segurança e vigilância somaram R$ 2,6 bilhões, o que representa uma média de apenas 5,2% do lucro líquido de R$ 50,7 bilhões.

Fonte: Imprensa Seeb Santos e Região

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