Estudo com 18 mil funcionários de 14 países, incluindo o Brasil, mostra que profissionais sofrem com estresse, perda de energia e fadiga
Um em cada três funcionários sofre com questões envolvendo a saúde mental, com um distúrbio diagnosticado ou mesmo estresse, e 38% afirmam se sentir discriminados no trabalho por conta dessa condição. As conclusões estão em uma análise, obtida pelo Valor, sobre saúde mental dentro do Kantar Inclusion Index. O índice de inclusão e diversidade no trabalho, lançado em setembro, entrevistou 18 mil funcionários de 14 países, incluindo o Brasil. Do total, 29% relataram sofrer de “perda de energia” ou “fadiga avassaladora”.
Quase 60% dos entrevistados afirmaram que confiam em seus empregadores para discutir saúde mental no ambiente de trabalho, mas 51% descreveram o suporte que recebem de suas empresas como insuficiente. “As empresas precisam fazer mais pela motivação e bem-estar dos funcionários”, afirma Eduardo Tomiya, diretor-executivo da Kantar.
Segundo ele, um primeiro passo é realizar um diagnóstico claro do quadro de funcionários, “entendendo a jornada deles dentro da empresa nos vários ciclos e mapeando onde estão as lacunas, ou seja, as políticas de suporte aos funcionários que não estão funcionando”. Esse trabalho, diz Tomiya, aliado à outros esforços (uso da comunicação interna como ferramenta de conscientização), poderia ajudar a melhorar o bem-estar das pessoas e também a combater a discriminação.
Ao comparar os dados envolvendo questões de saúde mental com aqueles que o estudo mapeou sobre diversidade e inclusão, a discriminação contra funcionários que sofrem de transtornos e deficiências mentais foi relatada em maior número das discriminações relacionadas, por exemplo, à idade ou gênero. Trinta e oito por cento de todos os que relatam sofrer algum tipo de problema de saúde mental disseram sentir discriminação por conta disto.
As questões de saúde mental parecem atingir de forma diferente os profissionais de idade e sexo distintos. De acordo com o estudo, enquanto 28% dos homens jovens relataram suspeitas de problemas mentais, entre as mulheres jovens esse número foi de 42%. A pesquisa também aponta uma faixa em particular que merece atenção: entre as mulheres de 35 a 54 anos, 44% – 6% acima da média – relataram sofrer com essa condição.
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Fonte: Valor Econômico
Escrito por: Barbara Bigarelli