Um dos casos mais melancólicos da história recente do país, foi a venda do Banco do Estado de São Paulo (Banespa). Inicialmente, o banco foi “federalizado” (em 1995) e, depois, vendido pelo governo FHC ao Banco Santander, de capital espanhol, em 2000
Os bancários não perderam a memória e se lembram que foi em 20 de novembro de 2000, em pleno Dia da Consciência Negra, que aconteceu a privatização do Banco do Estado de São Paulo, o Banespa. O maior banco estadual do país foi entregue “a preço de banana” pelo governo privatista de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). É uma data que a categoria olha hoje com um misto de tristeza e sentimento de luta.
Com muita unidade e mobilização, os banespianos conseguiram arrastar por quase seis anos o processo de venda do banco público – que passou pela intervenção do Banco Central, disputa entre os governos estadual e federal, federalização e uma série de liminares conquistadas pelo movimento sindical e Afubesp – que culminou no vergonhoso leilão, ocorrido na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
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Lucrativo, o Banespa foi adquirido pelo banco espanhol Santander por R$ 7 bilhões, acima do preço mínimo subavaliado de R$ 1,850 bilhão. No entanto, o ágio de 281% foi transformado em crédito tributário e depois abatido nos balanços pelo Santander. Imagine o lucro que São Paulo deixou de ganhar ao longo desses 19 anos. Foi um péssimo negócio para o Estado! Como nas demais privatizações de bancos estatais, houve demissões, retirada de direitos e fechamento de agências.
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No entanto, é preciso lembrar que foi graças às batalhas travadas pelos trabalhadores para impedir a privatização que foram mantidos o Banesprev – o fundo de pensão – e a Cabesp – o plano de saúde de funcionários e aposentados. O patrocínio do banco para as duas entidades segue até hoje, superando os prazos fixados no edital de venda que eram de 18 de meses e cinco anos, respectivamente. Além disso, foram negociados e assinados acordos aditivos à convenção coletiva dos bancários, que garantem vários direitos até hoje para quem trabalha no banco.
A luta contra as privatizações continua
É preciso alertar também os bancários das instituições financeiras públicas, que sobreviveram às garras dos tucanos, a necessidade de resistir neste momento difícil da conjuntura em que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ataca a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
Outras estatais federais também estão ameaçadas de desmonte e privatização, como a Petrobrás, a Eletrobras, os Correios e outras.
Assista ao vídeo sobre a luta contra a privatização do Banespa
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Fonte: CUT RS – 20/11