A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região vem a público declarar seu firme apoio a Guilherme Boulos e a todos(as) companheiros(as) do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). As representações com pedidos de prisão feitas por DEM e PSDB são inaceitáveis e antidemocráticas, expressam o caráter reacionário desses partidos e sua repulsa aos movimentos sociais mobilizados contra o impeachment, o ajuste fiscal, a reforma previdenciária, a terceirização e sobretudo em favor da democracia.
Guilherme Boulos e o MTST têm sido fundamentais para a luta da classe trabalhadora, tanto para defender a democracia, quanto às demais medidas antipopulares do governo Dilma.
O pedido de prisão de Boulos não passa de uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais, sindicais, dos valores de esquerda e da luta por mais direitos. Por isso, repudiamos também a lei antiterrorismo editada pelo governo, que busca criminalizar a luta organizada das pessoas que vivem do trabalho.
Não aceitamos esse ataque contra Guilherme Boulos, assim como não aceitamos as saídas apoiadas por esses partidos. Estamos nas ruas junto com os companheiros do MTST para barrar a direita, derrotar o ajuste fiscal e para disputar uma agenda política no Brasil de reformas estruturais, como às reformas urbana, agrária, política, dos meios de comunicação, dentre tantas outras. A luta é pra valer! Estamos com Boulos!
Assista a fala do Ricardo Saraiva Big, Secretário de Relações Internacionais em apoio ao companheiro Guilherme Boulos:
Entenda o caso e saiba quem pediu a prisão de Boulos
Por Fernando Marcelino
Terra Sem Males
Nesta semana o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM) entrou com uma representação na Procuradoria da República pedindo a prisão de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O deputado o acusa de “incitação ao crime” e “formação de milícia privada”. Logo depois, Antônio Imbassahy do PSDB também entrou com um pedido de prisão contra Boulos por incitação ao crime, “por ter feito uma fala quarta-feira no Palácio do Planalto (lançamento do Minha Casa Minha Vida 3) dizendo que haverá resistência”.
Afinal, quem são estes dois sujeitos?
José Aleluia era membro do PFL, partido daqueles que apoiavam a ditadura civil-militar. Aleluia já aparece nos relatórios da CPI dos anões do Orçamento de 1993, acusado por desviar recursos. Ele foi denunciado por José Carlos Alves dos Santos (funcionário do Congresso, e pivô do escândalo) como um dos deputados a desviar recursos do Orçamento. Junto com Aleluia estava Sérgio Guerra (PSDB-PE), ex-presidente nacional do PSDB, acusado das mais diversas falcatruas possíveis, inclusive o recebimento de R$ 10 milhões para “abafar” a CPI da Petrobrás de 2009. O senhor Aleluia é reincidente em escândalos deste tipo. Em 2006 foi acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, recendo R$400 mil de propina da Planam, durante a Operação Sanguessuga. Para completar, Aleluia também aparece na lista do caixa dois de Furnas.
Já o tucano Antônio Imbassahy tem uma ficha invejável. Ela aparece está entre os políticos de uma lista de políticos que recebiam propina da Odebrecht já na década de 1980. O tucano, apelidado de ”Almofadinha”, estaria relacionado à obra da barragem de Pedra do Cavalo, nos anos 80. À época, Imbassahy, que era filiado ao PFL.
Nos idos de 1999, quando era prefeito de Salvador, Imbassahy abriu licitação para a construção do Metrô da capital, uma das obras públicas mais polêmicas do estado – ganhou o noticiário nacional pelos desvios de dinheiro público e por ter demorado 14 anos para ser concluída. O TCU (Tribunal de Contas da União) detectou sobrepreço de ao menos R$ 166 milhões, em valores da época, e responsabilizou gestores indicados por Imbassahy, além das empresas envolvidas, as mesmas que agora serão investigadas pelo tucano na CPI.
Quando ainda era prefeito, a promotora Heliete Rodrigues Viana, da Promotoria de Cidadania do Ministério Público da Bahia, propôs uma ação civil pública por prática de improbidade administrativa contra Antônio Imbassahy sob a alegação de que a administração municipal favoreceu empresas da área de comunicação e de publicidade e, com isso, causou danos financeiros ao tesouro do município.
No mesmo ano de 2010, Imbassahy disputava uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSDB – já não era mais PFL. Conseguiu se eleger e, ao final da campanha, apresentou à Justiça Eleitoral a prestação de contas: R$ 583.982,88 foram gastos. Dois dos maiores doares foram as empresas Coesa Engenharia e Construtora Barbosa Mello – cada uma ofertou R$ 100 mil ao candidato. Os nomes das duas empresas aparecem na lista de investigadas na Operação Lava Jato. Em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato, a Polícia Federal divulgou documentos obtidos na sede da empreiteira Camargo Correa, em São Paulo. Uma das planilhas localizadas menciona o ex-deputado federal e atual prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) e o associa a dois valores em dólares de US$ 100 mil e US$ 300 mil, o que levanta uma suspeita sobre a participação dele no esquema.
Qualquer pesquisa sobre a trajetória destes sujeitos nos leva apenas a uma clara conclusão: são dois corruptos de carteirinha, enfim, moralistas sem moral. Não é a toa que tem amplo espaço no cartel da mídia liderada pela Rede Globo, Folha de São Paulo e Estadão bem como tratam o presidente da Câmara Eduardo Cunha com todo amor e carinho do mundo.
Fonte: SEEB Santos