Banco Central diz que demanda por consulta foi ‘acima da esperada’, mas não confirmou se essa foi razão da queda do site. Serviço está disponível desde segunda (24) para clientes e empresas consultarem se têm valores a receber em bancos que foram correntistas
A página do Banco Central na internet ficou fora do ar na manhã desta terça-feira (25), um dia após a instituição disponibilizar um novo sistema para consultas de valores devidos por bancos a pessoas e empresas.
Questionado, o Banco Central confirmou que o sistema recebeu demanda acima da esperada, mas não deixou claro se essa foi a causa da queda do site nesta terça.
“O Sistema Valores a Receber (SVR) recebeu demanda acima da esperada e estamos ajustando a capacidade de atendimento”, informou a instituição.
Esse novo sistema permite que pessoas e empresas consultem se têm valores a receber de instituições financeiras das quais já tenham sido clientes. Esses valores são, por exemplo, depósitos que não foram retirados por esses clientes após encerramento de contas.
Caso tenha valores a resgatar, o cliente poderá receber o dinheiro de duas formas:
· diretamente via PIX na conta indicada no sistema do Registrato, para bancos e instituições financeiras que aderiam a um termo específico junto ao BC;
· em um meio de pagamento ou transferência a ser informado pela instituição bancária, nos demais casos. Aqui, o beneficiário informará seus dados de contato no sistema para receber a comunicação.
O serviço pode ser acessado a partir da aba “Valores a Receber” no sistema Registrato, por meio do site do Banco Central.
Para acessar o site, o cliente deve fazer um cadastro, pela internet, junto ao Banco Central.
Caso o cliente solicite o resgate e o banco não envie o dinheiro, o BC orienta que seja feita reclamação nos canais de atendimento da própria instituição financeira, a exemplo do SAC. Na sequência, os clientes devem recorrer às ouvidorias dos bancos.
Se ainda assim o problema não for resolvido, os cidadãos podem registrar uma reclamação no Banco Central.
Até R$ 8 bilhões
Segundo o Banco Central, nesta primeira fase do serviço são cerca de R$ 3,9 bilhões de valores a serem devolvidos para 24 milhões de pessoas físicas e jurídicas. Os valores decorrem de:
· contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
· tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco com o Banco Central;
· cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito;
· recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.
Ao todo, o Banco Central estima que os clientes tenham a receber cerca de R$ 8 bilhões. O restante dos valores será disponibilizado no decorrer deste ano de 2022, fruto de:
tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, previstas ou não em Termo de Compromisso com o BC;
· contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
· contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários encerradas com saldo disponível; e
· outras situações que impliquem em valores a devolver reconhecidas pelas instituições.
Publicidade
Na época em que anunciou a criação da funcionalidade, o Banco Central disse que objetivo do sistema é dar publicidade a valores que clientes de instituições financeiras têm direito e, muitas vezes, nem sabem.
“Além disso, a perspectiva de recebimento de valores baixos pode não motivar as pessoas a procurarem as instituições financeiras com as quais mantém ou mantiveram relacionamento atrás de informações”, afirmou o BC em nota na época.
A autoridade monetária informa que as informações disponibilizadas no novo serviço são de responsabilidade das próprias instituições.
“Em algumas situações, os saldos a receber podem ser de pequeno valor, mas pertencem aos cidadãos que agora possuem uma forma simples e ágil para receber esses valores”, diz o Banco Central em nota divulgada nesta segunda.
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Fonte: g1.globo.com
Escrito por: Alexandro Martello, g1 — Brasília