Movimento sindical entregou documento com uma série de exigências para garantir a eliminação dos riscos à vida e saúde dos trabalhadores
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e membros do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú se reuniram com a direção do banco, ontem, terça-feira (28), para negociar o retorno ao trabalho presencial dos trabalhadores que estão em home office, comunicado pelo Itaú no último dia 14 de setembro.
Os representantes dos trabalhadores reforçaram que a pandemia do coronavírus (Covid-19) continua em ritmo crescente, com média de mortes acima de 500 casos por dia, e com a variante Delta, de alta transmissibilidade, predominando em vários estados.
Sem qualquer embasamento científico o Itaú decidiu unilateralmente convocar os funcionários que são do grupo de risco para retornar ao trabalho presencial a partir de 4 de outubro. A atitude irresponsável coloca em risco a vida de todos, inclusive dos clientes, já que o número de pessoas mortas ou infectadas no Brasil ainda é muito alto, e voltou a crescer, o que fez com que a média móvel dos últimos sete dias ficasse em 572 óbitos. Só nesta terça-feira foram mais 793 novas mortes e 15.395 casos da doença. Está acima de 500 pelo 15º dia consecutivo. O Brasil é o segundo em mortes pela covid-19 no mundo, com 595 mil óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, com 692 mil.
“Além disso, a vacinação ainda está longe do esperado não atingiu os 85% de imunização com as duas doses, como apregoam os especialistas por conta de várias variantes circulando. Vários bancários ainda não tomaram a segunda dose e precisam ser preservados em home office até a vacinação total e 15 dias de quarentena”, alerta Elcio Quinta, dirigente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e trabalhador do Itaú.
Durante a reunião, o movimento sindical apontou que o retorno de vários trabalhadores ao trabalho presencial aumenta a concentração de pessoas e o risco de aglomeração nos prédios e agências, além de compartilharem o mesmo ambiente, tais como banheiros e cozinhas. Por isso, o uso de máscaras tem de ser obrigatório, além do fornecimento destes equipamentos de proteção individual (EPI) por parte da empresa e da sanitização dos ambientes de trabalho, de acordo com as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Foi entregue um texto de sugestão do protocolo de prevenção da Covid-19, neste momento de retorno ao trabalho presencial. “Este documento trata uma preocupação nossa com os trabalhadores, os terceirizados, prestadores de serviços e também com os clientes, que estarão cada vez mais presentes nos locais de atendimento”, dizem os sindicalistas.
Entre os principais pontos do documento está:
· Realização de exames médicos de retorno ao trabalho para avaliação dos trabalhadores que voltarem ao trabalho presencial, no qual a indicação do médico assistente deverá ser levada em consideração, assim como foi feito com a implementação da portaria 20.
· Deverá ser considerada também a avaliação médica, com acompanhamento pela medicina ocupacional do banco, tanto dos casos de retorno, como para os trabalhadores que já estão em regime presencial desde o início da pandemia.
· Além disso, os trabalhadores com histórico de infecção pela Covid-19 também deverão ser acompanhados pela medicina ocupacional do banco, para a devida readaptação ao trabalho gradativo em função das possíveis sequelas da doença, que podem comprometer a saúde física e mental dos trabalhadores.
“A segurança dos bancários é uma responsabilidade do banco. O Sindicato vai fiscalizar a preservação da vida em defesa dos funcionários”, finaliza Elcio.
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região com Contraf e SEEB RJ