Igualdade de oportunidades não é a tônica no setor bancário. A contratação de negros/as é muito pequena e quando existe é para cargos em que não há visibilidade. No atendimento direto aos clientes o banco ainda usa a teoria de que a imagem do negro não é ‘vendável’, como se ele fosse invisível mesmo.
Segundo o Mapa da Diversidade, divulgado em 2009 pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no cruzamento da população economicamente ativa no setor bancário, com o recorte racial e de gênero dos bancários de São Paulo, 84% são mulheres brancas, em contraponto a 17% das mulheres negras. Ao mesmo tempo, 81% se referem aos homens brancos e apenas 19% aos negros.
Do total de negros/as só 2,3% estão na categoria pretos. Isso demonstra que quanto maior a melanina, maior a discriminação. O setor bancário tem dados racistas alarmantes. Além disso, destaca-se que este problema representa uma cultura de poder, pela qual se procura, inclusive, afastar os negros dos cargos de destaque.
A diferença salarial é também alarmante. A pesquisa apresenta que no Brasil ‘pretos’ recebem 64,2% e ‘pardos’ 67,6% do rendimento dos brancos, todos celetistas ativos. Comprovar o preconceito não é fácil, é algo velado. Ninguém vai dizer que recebe-se menos ou não terá um melhor cargo por ser negro, mas os dados comprovam.
A discriminação ocorre não só nos setores internos, como também no atendimento externo. Relata-se que houve um caso em que a cliente de um banco chegou a dizer “eu prefiro não ser atendida a ser atendida por um funcionário marrom (sic)”. O funcionário entrou com processo contra a cliente. A questão do preconceito, além dos dados, é sentida na pele e no olhar indiferente das outras pessoas.
Fonte: Fetec