Instituições financeiras também mutilam salários: remuneração dos trabalhadores admitidos equivale a apenas 60% daquela dos demitidos
Em 2014 o setor bancário continuou na contramão ao promover mais demissões do que contratações. No ano passado os bancos fecharam cinco mil postos de trabalho. Se for excluída a Caixa Econômica Federal – o único grande que contratou mais do que desligou – o saldo é ainda maior: 7,6 mil vagas a menos.
Na economia brasileira como um todo, 2014 experimentou aumento de 1% no saldo de vagas formais, com o acréscimo de 396.993 mil novos empregados. Até 2013, o país tinha 41 milhões de trabalhadores no setor formal. O saldo foi de 555 mil vagas a menos no último mês do ano, o que evitou que o resultado positivo do ano fosse maior.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira 23, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Em relação a 2013, o saldo negativo de emprego nos bancos foi 16% maior. Naquele ano foram fechadas 4.329 vagas. Para efeito de comparação, a muito menos lucrativa área de ensino – que é englobada, junto com os bancos, pelo setor de serviços – apresentou saldo positivo no ano passado de 69 mil trabalhadores, aumento de 4,5% em relação ao estoque de emprego no setor em 2013.
Os cinco maiores bancos que atuam no país – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander – lucraram juntos R$ 44 bi de janeiro a setembro de 2014, crescimento de 18% em relação ao mesmo período de 2013,quando ganharam R$ 37 bilhões.
O Caged revela ainda que os bancos vêm diminuindo a remuneração. A média salarial dos admitidos é de R$ 3.374, o que corresponde a 63,2% dos ganhos dos funcionários desligados (R$ 5338,12).Na economia geral, o salário de admissão teve aumento na casa de 0,92%, se levado em consideração os valores médios e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), apurado pelo IBGE.
Fonte: SEEB São Paulo