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Seminário expõe o assédio moral contra bancários e a perícia judicial, 14/11

6 de novembro de 2014

Entre vários assuntos, o seminário – Gestão Competitiva e Patologias da Solidão: resistências possíveis irá focar sobre o assédio moral e violências no trabalho contra bancários e como caracterizar em perícia judicial. Leia também sobre o assédio moral contra bancários desde 1990

O Sindicato dos Bancários de Santos e Região e a Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp) convidam todos os bancários, financiários, trabalhadores em geral, professores e trabalhadores da área da saúde,  dirigentes sindicais e estudantes a participar do Seminário sobre Gestão Competitiva e Patologias da Solidão: resistências possíveis. As palestras serão dia 14 de novembro, na Av. Washington Luiz, 140 (sede da entidade), das 8h30 às 12h30, Santos/SP.

As palestras são:

1.Título – As implicações subjetivas presentes no fracasso das tentativas de volta ao trabalho com Elizabeth Zulmira Rossi – clínica do trabalho, professora do Curso de Psicologia do Centro de Educação Superior de Brasília, doutora em Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília. Rossi tem estágio doutoral no Conservatório Nacional de Artes e Ofícios de Paris.

2. Título – Assédio Moral e Violências no trabalho com bancários : caracterização em perícia judicial com Cristiane Queiroz Barbeiro Lima – Química, mestre em engenharia, tecnologista e Pesquisadora do Serviço de Ergonomia da Fundacentro – CTN/SP.

Os participantes que comprovarem presença nas atividades propostas terão direito a um certificado de participação. Aos discentes, a participação poderá ser contabilizada como atividade complementar.

 

Assédio moral contra bancários desde 1990

Nos anos 1990, a atividade bancária passou por várias mudanças de tecnologia, organização e gestão do trabalho. Essas mudanças vieram acompanhadas de aumento no número de registros de LER/DORT e aparecimento de doenças mentais relacionadas ao trabalho. As instituições bancárias passaram a agir de modo diferenciado na prevenção desses distúrbios, alterando por vezes procedimentos de gestão do trabalho e da saúde. Em relação ao trabalho no setor bancário, nos últimos anos ocorreram muitas mudanças nos processos e rotinas, que mudaram radicalmente o ambiente em que ele ocorre. Citamos algumas delas: implantação de programas e medidas como: “qualidade total”, “remuneração variável”, com políticas de concessão de prêmios aos funcionários que atingem as metas de produção estabelecidas, aumento da terceirização dos serviços, contratação de trabalhadores por tarefas ou em tempo parcial, redução do número de pessoal devido à implantação de novas tecnologias. Todos esses novos sistemas de gestão produziram uma notável precarização dos empregos e uma diminuição dos salários, aumentando o processo de desregulamentação do trabalho e redução dos direitos sociais para os empregados em geral e, principalmente, para os terceirizados. Essas direções assumidas pelo banco fazem com que os trabalhadores não se reconheçam mais como pertencentes a uma mesma classe, dificultando os laços de solidariedade entre eles, e assim diminuindo a capacidade de resistência sindical dos bancários.

Entre os bancários, o estresse e a tensão já se tornaram elementos do cotidiano do trabalho. No entanto, é importante entender que esses quadros de estresse e tensão podem evoluir e até trazer perda ou redução da capacidade para o trabalho. Entre os principais indicadores de desgaste à saúde mental temos: nervosismo, estresse, desgaste mental, ansiedade, tensão, fadiga, cansaço, desestímulo, desespero e depressão. Por vezes, temos também perda de apetite, distúrbios de sono, além da contaminação involuntária do tempo de lazer, ou seja, os trabalhadores que não conseguem "desligar-se". Ocorre uma variação dos efeitos psicológicos de pessoa pra pessoa, em que os quadros são típicos e facilmente identificáveis, porém nem sempre são detectados e caracterizados na sua relação com o trabalho, cabendo ao médico estabelecer o nexo causal para reconhecimento e tratamento do mal como uma doença relacionada ao trabalho.  Várias pesquisas demonstram que houve uma alta na incidência de suicídios entre os bancários.

 

Os medos (assalto, adoecimento, demissão), a servidão voluntária (traduzida sob o conceito de “empregabilidade”), o enfraquecimento dos sindicatos, a pressão para o cumprimento de metas desafiadoras e, por fim, as ameaças sem limite compõem cenário em que a nulidade de si mesmo emerge como síndrome dos tempos contemporâneos. Não é sem motivos que as pessoas optam por se matar, em certas ocasiões, exatamente no mesmo ambiente em que vislumbravam construir uma vida feliz (FINAZZI-SANTOS; SIQUEIRA, 2011, p. 74).

 

A categoria dos bancários vem apresentando, cada vez mais, problemas relacionados à saúde mental, sendo os mais recorrentes em denúncia dos impactos do trabalho sobre a vida psíquica, decorrente das condições de trabalho a que estão expostos. Diversas são as doenças diagnosticadas como transtornos mentais: alcoolismo crônico, episódio depressivo, transtorno de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome de fadiga crônica, síndrome de esgotamento profissional, entre outros. Na maioria dos casos dessas doenças, os indivíduos que antes apresentavam considerável envolvimento com o núcleo social de seu trabalho, incluindo clientes e colegas, passam a se desgastar, resistir, perder a energia e o interesse pelo trabalho. Para fugir do sofrimento alguns mergulham em estimulantes e calmantes, criando adições, das quais o próprio trabalho pode ser uma.

Ocorre uma variação dos efeitos psicológicos de pessoa pra pessoa, em que os quadros são típicos e facilmente identificáveis, porém nem sempre são detectados e caracterizados na sua relação com o trabalho, cabendo ao médico estabelecer o nexo causal para reconhecimento e tratamento do mal como uma doença relacionada ao trabalho.

Na investigação direta com os trabalhadores os pesquisadores identificaram forte presença do sentimento de medo. Os trabalhadores temem falar das violências que sofreram ou presenciaram. Eles têm medo de serem retaliados pela empresa. O ideário é o de que a instituição bancária é poderosa e tudo que for testemunhado pode comprometer a situação atual e futura de quem fala, que ficaria « marcado » no mercado de trabalho. Esse fator limita as ações em defesa dos trabalhadores, uma vez na ausência de provas as evidências enfraquecem. Por isso, o papel das testemunhas no assédio moral tem sido abordado por muitos autores.

Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região e Intersindical

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