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Sem Terra protestam para barrar despejo e evitar “novo Pinheirinho” no Tocantins

19 de abril de 2012

Mais de 1.000 famílias ligadas ao MST e ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), ao lado com estudantes, professores e pastorais, trancaram na terça-feira, às 18 horas, a TO 050, próximo a capital Palmas, capital do Tocantins.
Os manifestantes pedem justiça aos trabalhadores assassinados no massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996.
O trancamento durou por volta de uma hora. Depois, os integrantes realizaram um ato político e fizeram uma vigília durante toda a noite, com diversas atividades de protestos e denúncias.
Nesta quarta-feira, os Sem Terra fizeram um protesto no Tribunal de Justiça, em protesto contra o mandado de reintegração de posse do acampamento Sebastião Bezerra.
Cerca de 300 famílias do MST e MAB ocuparam a fazenda Dom Augusto, no quilômetro 25 da TO-050, no dia 21 de abril. A área é considerada grilada. O proprietário da fazenda,  Alcides Rabeschini, não tem a documentação de metade do latifúndio, que tem 3 mil hectares.
As famílias receberam o mandato de reintegração de posse no dia 4 de abril, tendo 15 dias para deixar a área. A reintegração foi solicitada pelo governo do Estado, que alegou como motivo a degradação ambiental do local. Porém, as famílias negam a degradação.
Medo
As famílias estão assustadas com a determinação da Justiça e temem pela própria segurança, com medo de que se repita um despejo violento como em Pinheirinho, região de São José dos Campos (SP), no começo deste ano.
O protesto no Tribunal de Justiça durou até o final da tarde para pressionar a desembargadora Jacqueline Adorno, a suspender a liminar de reintegração de posse de Sebastião Bezerra. A Ouvidoria Agrária do estado já encaminhou pedido de suspensão.
Na sexta-feira, o MST e MAB terão uma reunião com o Incra e a Procuradoria do Estado para discutir a anulação do pedido de reintegração de posse, quando encerra a data limite do despejo.
Rabeschini também está na lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego por prática de trabalho escravo. Em 2005, 100 trabalhadores em condições análogas à de escravos foram encontrados na propriedade. 

Fonte: da página do MST

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