A doença, que até pouco tempo, era conhecida como psicose maníaco-depressiva, é caracterizada por períodos de um quadro depressivo, quase sempre de intensidade grave, que se alternam com quadros opostos ao da depressão, ou seja, a pessoa apresenta-se agitada, com muitas coisas a fazer, ou até mesmo fazendo muitas compras ou efetuando gastos muito altos e desnecessários, quase sempre acompanhado do sentimento de onipotência acompanhado de insônia e falando muito, mais do que de costume. Esse quadro é conhecido como mania. Tanto o quadro de depressão quando o de mania podem durar semanas, meses ou anos. É importante reforçar que mania, no sentido médico, é diferente de mania para o leigo, significando para o paciente hábitos que a pessoa repete sempre.
O que se sabe sobre a causa da doença, é sobre os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais), genético, sociais e psicológicos, que somam-se para o desenvolver da doença. Em maior parte, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo reage aos momentos de estresse psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou desencadeando a doença.
Os episódios mais chamativos da doença bipolar do humor são os quadros de mania que podem alternar-se com a depressão. Os episódios começam a se manifestar por volta dos 15 a 25 anos de idade, com muitos casos de mulheres o desenvolverem entre os 45 e 50 anos. A frequência para homens e mulheres é a mesma.
Existem três maneiras diferentes onde a doença do humor se manifesta:
Uma primeira forma seria a de hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e expansivo, agitado, porém de maneira mais leve. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, e nem para exigir a internação da pessoa.
Outra maneira que a doença pode se manifestar é a ocorrência de episódios mistos, onde em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar agitada, julgando-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva.
A terceira maneira é conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, onde há uma alternação crônica e flutuante de humor, com inúmeros períodos com sintoma maníacos e numerosos períodos com sintoma depressivos. Os sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientes nem ocorreriam em quantidade significativa para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania. Seria então, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, julgada como instabilidade de humor.
O diagnóstico da doença deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Para essa doença não existem exames de imagem ou laboratoriais que ajudem em seu diagnóstico.
O tratamento após o diagnóstico preciso é acompanhado de remédios, envolvendo medicações que são chamadas de estabilizadores de humor, da qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, oxcarbazepina e o ácido valpróico também se mostram eficazes. O acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem ajudar no tratamento.
Fonte: w