O banco Santander já tem uma avaliação de risco considerada melhor no Brasil do que na Espanha, país cujas instituições financeiras terão socorro de € 100 bilhões.
A agência Fitch de avaliação de risco reduziu ontem o rating (nota) do Santander espanhol de A (família de menor risco de calote) para BBB+, considerada de risco baixo de inadimplência.
É exatamente a mesma nota da subsidiária brasileira em moeda estrangeira, a que melhor permite comparação.
A diferença é que no Brasil a perspectiva desse rating é positiva (significa que pode ser melhorada), enquanto na Espanha a avaliação pode ser rebaixada devido à crise.
Na Moody’s, o rating da subsidiária brasileira ainda é inferior ao da matriz.
SEM SOCORRO
Apesar de ter sido rebaixado na Espanha, o Santander não precisou de socorro como as caixas de depósito focadas em crédito imobiliário.
Maior banco da zona do euro, o Santander atendeu com seis meses de antecedência a exigência dos reguladores europeus de capital mínimo de 9%. Até o final do ano, o banco pretende chegar a 10% após a abertura de capital da subsidiária no México, que deve movimentar US$ 3,5 bilhões.
No Brasil, o banco tem sido alvo de rumores de venda, que são sempre negados.
Independente da matriz, o Santander Brasil é hoje um dos bancos com mais dinheiro em caixa no país.
Após a abertura de capital em 2009, o Santander Brasil ficou com índice de Basileia, indicador de solidez, de 24%, enquanto a média dos rivais nacionais é de 16% e o mínimo exigido é de 11%.
“Somos uma subsidiária independente, o que significa que não há fluxo de capital com a matriz a não ser pelo pagamento de dividendos. Nossos clientes podem ficar seguros de que estão nas mãos de uma instituição sólida, que não é afetada pelo que está acontecendo na Espanha ou na Grécia”, disse Juan Miguel Hoyos, vice-presidente de estratégia.
O Brasil respondeu no primeiro trimestre por 27% do lucro mundial, enquanto a Espanha contribuiu com 12%.
Segundo Hoyos, o banco está preparado até para uma piora da situação econômica na Espanha. Ele lembra que o banco passou por testes que simulam sua solvência em cenários piores do que o atual.
Fonte: Folha de S.Paulo