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Santander sem PDD lucra R$ 11,651 bilhões em nove meses

28 de outubro de 2020

Resultado foi de R$ 9,891 bilhões, nos primeiros nove meses de 2020 com a Provisão de Pagadores Duvidosos (PDD). Sem guardar no cofre seria oficialmente de R$ 11,651 bilhões e mesmo assim banco continua demitindo funcionários em plena pandemia

O banco Santander obteve um Lucro Líquido Gerencial de R$ 9,891 bilhões, nos primeiros nove meses de 2020, queda de 8,6% em relação ao mesmo período de 2019, e alta de 82,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 18,5%, com queda de 2,7 pontos percentuais em doze meses, segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados divulgados pelo banco.

O banco insiste em utilizar esta provisão para reduzir seus lucros, excluindo-se a PDD (Provisão de Devedores Duvidosos), o lucro seria de R$ 11,651 bilhões, o que corresponderia a uma alta de 7,6% no ano e de 0,2% em relação ao trimestre anterior.

Sem a PDD, a rentabilidade também aumentaria para 21,8%, com alta de 0,6 pontos percentuais.

Banco Central legaliza

A utilização da PDD é permitida pelo Banco Central. Não há ilegalidade nisto. Porém, isto torna o lucro oficial menor, já que a inadimplência está em queda. Não se justifica uma PDD tão alta, tampouco seu crescimento.

Segundo os dados divulgados pelo banco, o Índice de Inadimplência superior a 90 dias ficou em 2,1%, queda de 0,9 pontos percentuais em doze meses. As provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD), por sua vez, subiram 39,2%, somando R$ 13,5 bilhões. Segundo o banco, essa elevação é decorrente da constituição de R$ 3,2 bilhões de despesa de provisão extraordinária, impactando negativamente o resultado do período.

Santander no País das Maravilhas!

O lucro obtido no Brasil representou 30% do lucro global, que foi de € 3,658 bilhões. O resultado global sofreu uma queda de 33% em relação ao 3º trimestre de 2019, impactado pelas provisões para perdas em função da pandemia da Covid-19 no mundo e a deterioração do cenário econômico decorrente desta.

“Com a prática de colonizador, o banco espanhol impõe metas, um ritmo de trabalho e vendas absurdas a seus funcionários e clientes do Brasil como forma de compensar os resultados negativos que tem na matriz e em outros países”, diz Vanessa Gonçalves, diretora do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionária do Santander.

No Brasil, os funcionários reivindicam o não pagamento de taxas de serviços bancários que não são cobradas dos funcionários em outros países onde o banco tem unidades estabelecidas. Além disso, as taxas cobradas de clientes brasileiros são maiores, mesmo com uma inadimplência menor.

#QuemLucraNãoDemite 

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias chegou a R$ 13,3 bilhões e as despesas com funcionários mais PLR ficaram em R$ 6,8 bilhões no período. Assim, apenas com essas receitas secundárias, muito pequenas frente ao que o banco ganha com outras transações financeiras, o banco consegue cobrir todas as despesas com seu pessoal e ainda sobre 94,9% (quase duas folhas de pagamento).

Mesmo assim, o banco continua demitindo e reduzindo seu quadro de pessoal, em plena pandemia. A holding encerrou o 3º trimestre com 45.147 empregados, com fechamento de 4.335 postos de trabalho em doze meses, a despeito do compromisso assumido pelo banco com os trabalhadores de “Não Demissão” durante a pandemia. Da mesma forma, foram fechadas 149 agências em doze meses, sendo 91, entre o início de abril e o final de setembro de 2020.

O Santander demitiu 2.045 funcionários no Brasil entre o início de abril e o fim de setembro, os meses mais agudos da pandemia de Covid-19. Mesmo tendo arrancado bilhões de lucros dos brasileiros.

Fonte: Contraf com Comunicação SEEB de Santos e Região

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Publicado por: Gustavo Mesquita

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