São 15 bancários e bancárias, em sua maioria pais e mães, que engrossam a fila de desempregados na região em plena pandemia. De um banco espanhol, que abriu o ano no Brasil com lucro líquido de R$ 3,853 bilhões no primeiro trimestre, valor 10,5% maior que no mesmo período do ano passado
O banco espanhol Santander vem passando o rolo compressor nos bancários brasileiros com demissões em massa. Na Baixada Santista, nas últimas semanas foram desempregados 15 funcionários até está quarta-feira (15/7).
“São, na maioria das vezes, pais e mães de família que estão sendo massacrados com o desemprego em plena pandemia. O banco escolhe a dedo bancários com mais tempo de empresa e portanto com mais idade e maior dificuldade de entrar no mercado combalido economicamente de trabalho”, avisa Vanessa Gonçalves, dirigente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionária do Santander.
Segundo a diretoria do Sindicato, o Santander havia se comprometido com o movimento sindical a não demitir na crise, mas como não assinou nenhum termo, ficou o dito pelo não dito.
No Brasil: quanto maior o lucro maior as demissões
O Santander Brasil abriu, em 28/4/2020, a temporada de resultados dos grandes bancos do Brasil ao reportar lucro líquido de R$ 3,853 bilhões no primeiro trimestre, valor 10,5% maior que no mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de R$ 3,485 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, o crescimento foi de 3,4%.
Nesse meio tempo, ajudou a aumentar o desemprego no Brasil onde o Santander Brasil é responsável por 29% do lucro mundial e obteve ajuda do governo com dinheiro público para dar crédito as empresas endividando-as para receber os juros diga-se exorbitantes cobrados no Brasil.
Governo injeta R$1,216 trilhão nos bancos
O Banco Central (BC) anunciou, dia 23/3, um pacote de medidas para injetar dinheiro público nos bancos em uma tentativa de mitigar o ambiente de incerteza provocado pela pandemia do Coronavírus. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o pacote soma R$ 1,216 trilhão, ou 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
Santander demite mais de 1.000
O Santander Brasil fechou 27 agências em doze meses e no final de março contava com 2.259 unidades. O banco reduziu o quadro de funcionários em mais de mil empregados e no fim de março deste ano tinha 47.197 trabalhadores. E continua, nas últimas semanas foram cerca de 500 no país do lucro!
Mais abusos contra trabalhadores
Em meio à pandemia da Covid-19, bancários do Santander vêm sofrendo assédio moral para cumprir metas absurdas, inclusive com a exposição de rankings de resultado, o que é vedado pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
O movimento sindical recebeu denúncias de trabalhadores que vem se sentindo pressionados por conta da cobrança por metas como a venda de consórcios, seguros ou de máquinas GetNet. As cobranças são feitas por e-mail, com cópia para a equipe e também através do WhatsApp.
“O Santander desrespeita os trabalhadores e também a sociedade, porque estamos em meio a uma pandemia que já matou mais de 74 mil brasileiros e com mais de 1,9 milhão de casos confirmados. Especialistas dizem que estes números podem ser 6 vezes maiores. Ninguém está preocupado em comprar consórcio, em comprar produtos bancários. As metas pioram ainda mais a saúde dos bancários e a exposição de rankings é um claro atentado a CCT, que impede tal prática”, finaliza Vanessa.
O movimento sindical exige que o banco reoriente seus gestores para que esta prática seja abolida, já que a mesma contraria a Convenção Coletiva de Trabalho e é desumana, em especial em tempos de pandemia.
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região