Casos recentes evidenciam, ainda mais, demora para afastar bancários com suspeita de contaminação por Covid-19; há ainda recusa em afastar colegas que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados, reuniões e treinamentos realizados em salas fechadas, além de comunicação ineficiente e nada transparente em todo o Brasil
“Na Baixada Santista já são mais de 30 casos de funcionários contaminados e dezenas de suspeitos. As últimas denúncias são de que a agência foco da vez é a de São Vicente, com três bancários e uma faxineira confirmados com Covid-19, além de três suspeitos. Em conversa com a representante do banco, Fabiana, na quarta-feira (3), ela se comprometeu a fazer a sanitização desta agência sábado e domingo e nada foi feito. Isso é cruel com as pessoas que trabalham lá”, desabafa Fabiano Couto, dirigente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e bancário no Santander.
O diretor do Sindicato mantêm contatos frequentes com a superintendência de Relações Sindicais do Santander, por meio da responsável Fabiana Ribeiro, que havia se comprometido a fazer a limpeza completa da agência, no fim de semana, e não cumpriu, depois dos casos confirmados do novo coronavírus entre os funcionários, segundo Fabiano.
“Agora todos os funcionários estão aterrrorizados em trabalhar num local insalubre, onde há risco real de contaminação pela Covid-19, sem apoio nenhum do Santander, muito pelo contrário, estão sendo pressionados a vender. O que demonstra o total alinhamento do Santander com as políticas contra os trabalhadores do goveno Bolsonaro”, afirma o dirigente sindical.
O Santander está notório em ter focos da doença entre funcionários em suas unidades. Segundo Fabiano, o banco só disponibilizou desde o início da pandemia, ou seja, de março até junho, duas máscaras para cada funcionário. Os equipamentos e produtos de segurança devem ser comprados pelos bancários e pagos do próprio bolso.
Desumanidade
Seus trabalhadores são ameaçados com demissão caso não cumpram metas totalmente impossíveis com a economia paralisada pela pandemia, como se estivéssemos vivendo normalmente. Agora, começam a cumprir as ameaças e demitir bancários no meio do maior desastre sanitário mundial. É o primeiro banco a fazer isso, mesmo com lucro líquido de R$ 3,77 bilhões no primeiro trimestre de 2020, maior 10,5% sobre igual período do ano passado.
“O Santander está praticando a desumanidade, um desrespeito não apenas com os trabalhadores, mas com a sociedade. Os bancários estão na linha de frente, colocando suas vidas em risco para cumprir metas e proporcionar lucros ao banco, correndo o risco e sendo contaminados. Além de tudo, eles estão sendo demitidos durante a maior crise sanitária mundial”, diz o dirigente.
Tudo isso, com mais de R$ 1 trilhão liberado pelo Governo Federal aos bancos, o que desmente a justificativa do Santander em demitir por conta de ajuste econômico gerado pela crise.
Fabiano finaliza dizendo que “caso a postura do banco não mude o Sindicato vai tomar medidas mais extremas na defesa dos bancários”.
Crédito: Fabiano Couto
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região