INPC de setembro de 2016 a agosto de 2017, ficou em 1,73%, segundo dados divulgados pelo IBGE; categoria é uma das poucas que obteve reajuste acima da inflação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 6, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de agosto. A variação no mês foi negativa de – 0,03%. Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,73%. O reajuste da categoria bancária será de 2,75%.
No ano passado havia a previsão dos ataques aos trabalhadores e seus direitos, situação que está acontecendo neste momento com as reformas, terceirização e outros projetos que prejudicam a classe trabalhadora. Diante desse cenário, o movimento sindical bancário fez um acordo de dois anos e por isso conseguiu aumento 1% acima da inflação, o que não aconteceu para a maioria das categorias. Entre as empresas públicas, os bancários serão, possivelmente, a única categoria que obterá aumento acima da inflação neste ano.
Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre 300 categorias 30 tiveram reajustes abaixo da inflação, para 91 foi igual ao INPC, 107 categorias conseguiram apenas 0,5% acima da inflação e 38 categorias entre 0,51% e 1% acima da inflação.
PLR e vales
O reajuste de 2,75% também será válido para a PLR e vales refeição e alimentação, além do auxílio creche/babá.
Os novos valores já são válidos para os salários referente ao mês de setembro, a serem pagos em outubro. Já a PLR deve ser paga até o dia 30 de setembro. O movimento sindical já solicitou aos bancos a antecipação do pagamento. Atendendo à solicitação, o Banco do Brasil, que tem um programa próprio de PLR, que independe do índice, já efetuou o pagamento da PLR aos funcionários no dia 31/08.
Greve de 31 dias
Os bancários conquistaram o reajuste do INPC + 1% depois de uma longa greve de 31 dias, em um acordo de dois anos. Para 2017, o reajuste vai repor integralmente a inflação (INPC/IBGE) e garantir mais 1% nos salários e em todas as verbas.
Defesa do emprego
Outro avanço obtido com o acordo de 2016 foi a criação dos Centros de Realocação e Requalificação Profissional, previstos na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria. Os bancos deverão criar estes centros para, ao invés de demitir funcionários, requalificá-los e realocá-los em outros postos de trabalho. O direito foi acrescentado na CCT da categoria nas negociações de 2016 e a redação da cláusula foi aprovada na última reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Uma das prioridades dos bancários deste ano é a defesa do emprego. O Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban uma proposta de Termo de Compromisso com 21 pontos para proteção de empregos, de direitos históricos e de delimitação dos atos nocivos que podem advir da nova Lei Trabalhista (Lei 13.467/2017) e da Lei de Terceirização (Lei 13.429/2017) e de outras que ainda tramitam no Congresso Nacional. A Fenaban vai discutir o termo com os bancos para dar a resposta ao movimento sindical.
Fonte: Com informações da Contraf