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População sofre com aumento de passagens e falta de qualidade no transporte público

15 de fevereiro de 2012

Quem necessita de transporte público, no Estado de São Paulo, enfrenta uma luta diária. Trens, ônibus e metrô estão sempre lotados, os passageiros têm de disputar espaço em locais quentes e abafados, não há ventilação ou climatização adequadas, a lentidão acaba causando problemas aos que têm horários a cumprir e, além disso, nem sempre é possível ouvir os informes dados pelos auto-falantes com problemas.
Mesmo com tal situação, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos aumentou em 3,45% o preço das passagens em Trem e Metrô. Sendo assim, a passagem que era R$ 2,90 passa a ser a partir de domingo R$ 3,00. É importante lembrar que no ano passado a passagem subiu de R$ 2,65 para R$ 2,90.
E essa história de abandono se reproduz em todo país, por isso a Intersindical defende o transporte realmente público e de qualidade.  Acreditamos que a população deve ter acesso ao meio de transporte gratuitamente, sendo assim, apoiamos o movimento tarifa zero. Entendemos que o trabalhador que paga taxas de impostos altíssimas deve ter garantido seu direito de ir e vir, sem que com isso tenha que pagar preços elevados em transporte público.
Em 1996, a passagem custava o equivalente a R$ 0,80. A inflação acumulada nesse espaço  de tempo, medida pela FIPE, é de 141%. Mas, com o atual acréscimo, as tarifas terão alta de cerca de 375%, mais do que duas vezes a inflação acumulada no período. Pra se ter uma idéia, se o reajuste ficasse só na inflação, a passagem hoje deveria custar menos de R$ 2,00 – na verdade, seria R$ 1,93.
Na quinta-feira passada, dia 09, passageiros do Rio de Janeiro fizeram uma manifestação contra as condições precárias nas linhas de trem. Indignados, pois um trem lotado quebrou na estação Sampaio, na zona norte do rio. O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, confessou que “…nós estamos diante de um dia difícil e não teremos dias fáceis nos próximos anos”.
O governo fala que o “reajuste é necessário para manter o equilíbrio financeiro das empresas”. Mas isso não é verdade: o que é necessário é vontade política para cuidar dos transportes, é ampliação das verbas. Mais importante ainda é o debate sobre o passe livre, instrumento capaz de transformar o transporte em um direito de todas e todos, não mais uma mercadoria.
A INTERSINDICAL denuncia esse descaso com a população e propõe um novo modelo de cidade e de transporte urbano. Defendemos um transporte público de verdade, fora da iniciativa privada. Uma das principais bandeiras nossas é a migração do sistema de transporte privado para um sistema público de qualidade, garantindo o acesso universal através do passe livre para todas as camadas da população. Hoje, temos que aprofundar o debate sobre o nosso direito de ir e vir, sobre a mobilidade urbana nas grandes cidades e sobre um novo modelo de transporte para o Brasil.

Fonte: intersindical.inf.br

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