Trabalhadores rejeitaram proposta mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho e cruzaram os braços entre as 6h e 8h da manhã nesta segunda-feira (19/12)
Os pilotos e comissários ligados ao Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) rejeitaram em votação virtual realizada no fim de semana proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e, com isso, confirmaram início de greve nesta segunda-feira (19). Entre os 5,7 mil votantes, 76,4% rejeitaram o oferecido pela mediação do tribunal. Neste domingo (18), o SNA confirmou que os trabalhadores dos principais aeroportos do país cruzam os braços todos os dias entre as 6h e 8h.
A proposta apresentada sábado (17) pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, previa reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 0,5%. Os percentuais incidem sobre os salários fixos e variáveis. A greve dos pilotos e comissários foi aprovada em assembleia realizada na quinta-feira (15).
Descanso e segurança
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, destacou que além do ganho real sobre os salários, a categoria quer melhores condições de descanso. Os trabalhadores reivindicam proibição de alteração dos dias de folga e o cumprimento dos limites já fixados do tempo em solo entre etapas de voos. “É óbvio que um tripulante cansado e mal remunerado pode representar um risco à aviação”, ressaltou Hacklaender ao comunicar o resultado da votação da categoria. Sendo assim, os tripulantes foram orientados a comparecer nos aeroportos, mas sem fazer decolagens entre as 6h e 8h. A greve está prevista para ocorrer em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
Liminar
Na sexta-feira (16), a ministra do TST Maria Cristina Peduzzi determinou que deve ser garantido o mínimo de 90% de pilotos e comissários em serviço durante a greve. A decisão foi motivada por uma ação do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). A ministra negou o reconhecimento da abusividade da greve.